Papeis e documentos: uma das diferenças da ARC é a escala de notas, que varia de 0 a 10, com divisão entre alto, moderado e baixo risco (Dreamstime)
Da Redação
Publicado em 17 de janeiro de 2014 às 08h57.
São Paulo - Nova agência global de classificação de risco, a ARC Rating nasceu nesta quinta-feira, 16, pela junção de cinco agências independentes de diversas partes do mundo, incluindo a brasileira SR Rating.
Com o objetivo de se tornar alternativa às três empresas americanas que dominam esse setor - Fitch, Moody's e Standard & Poor's - a ARC inova ao abandonar a tradicional escala de níveis definidos por letras e a divisão entre grau de investimento e grau especulativo (junk).
Segundo o diretor da SR Rating, José Valter Martins de Almeida, o nome da nova agência faz referência à palavra "arco", simbolizando a união de várias empresas diferentes, com ângulos de visão que se complementam. Essas empresas continuarão existindo de maneira individual e cada uma terá participação igual na ARC.
"A ideia é que esse grupo cresça, mas todos os participantes terão sempre a mesma fatia, para que ninguém tenha mais influência do que os outros", explica. "Esse é um projeto que vem sendo pensado e amadurecido há dois anos".
A holding da ARC é em Cingapura, mas a sede fica em Portugal, contando ainda com escritório em Londres e representação em Nova York.
Além da SR Rating participam a indiana Care Rating, a sul-africana GCR, a malaia Marc e a portuguesa SaeR. Esta última é a única que deixará de existir individualmente, alterando sua denominação para ARC para aproveitar a licença que a empresa tem junto à Esma, a autoridade reguladora dos mercados financeiros na União Europeia.
Segundo Almeida, a agência nasce com 600 clientes ativos e cerca de 6 mil ratings atribuídos. O executivo-chefe é o português José Poças Esteves. Uma das diferenças da ARC é a escala de notas, que varia de 0 a 10, com divisão entre alto, moderado e baixo risco.
Sobre a atuação de Fitch, Moody's e S&P durante a crise internacional iniciada com o subprime nos EUA em 2007, o executivo evitou críticas diretas, mas comentou que o risco macroeconômico deveria ter sido melhor ponderado.
"Com o nosso esquema de trabalho em rede na ARC, alguém de fora pode observar um risco para o qual não nos atentamos. Essa é a nossa vantagem", diz Almeida. As decisões da ARC serão tomadas por um painel no qual pelo menos três das cinco agências devem ter representante.
Além de atribuir ratings soberanos e para empresas financeiras e não financeiras, a ARC vai focar em companhias de médio porte, que estão isoladas dos mercados de capitais embora venham se tornando cada vez mais importantes no novo ambiente econômico global. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.