Dólares: às 12h11, a moeda norte-americana caía 1,55 por cento, a 2,5343 reais na venda (Juan Barreto/AFP)
Da Redação
Publicado em 21 de novembro de 2014 às 11h37.
São Paulo - O dólar recuava ante o real nesta sexta-feira, indo ao patamar de 2,53 reais repercutindo positivamente o noticiário sobre a próxima equipe econômica, que gerou nos investidores a sensação de que a presidente Dilma Rousseff estaria mais aberta a mudanças em sua política econômica, criticada por gerar inflação alta e crescimento baixo.
Ajudava também o corte inesperado da taxa básica de juros na China, que pode liberar capitais atualmente aplicados lá para migrar a outros mercados emergentes, como o Brasil.
Às 12h11, a moeda norte-americana caía 1,55 por cento, a 2,5343 reais na venda, próximo da mínima da sessão.
Segundo dados da BM&F, o giro financeiro estava em torno de 450 milhões de dólares.
"Ela (a presidente Dilma) percebeu que vai ter que chamar alguém para botar ordem na casa", disse o superintendente de derivativos da CGD, Jayro Rezende, ressaltando que o mercado vai buscar sinais de que essa postura será adotada de forma duradoura, e não apenas como uma solução de curto prazo.
A presidente deve anunciar nesta sexta-feira sua nova equipe econômica composta por Nelson Barbosa, Joaquim Levy e Alexandre Tombini, disseram fontes do governo à Reuters.
Segundo uma dessas fontes, no momento já está definido que Tombini seguirá como presidente do Banco Central. As fontes, que falaram sob a condição de anonimato, não disseram quem seria o ministro da Fazenda e quem seria o titular do Planejamento.
A trinca agradou o mercado, que também interpretou positivamente notícias de que Dilma teria oferecido o posto de ministro da Fazenda ao presidente do Bradesco, Luiz Carlos Trabuco, que teria recusado o convite.
Mesmo assim, o mercado entendeu que, ao buscar um profissional com perfil mais pró-mercado, a presidente já teria se convencido de que mudanças na atual política econômica são necessárias.
A queda do dólar no mercado doméstico também acompanhava o movimento da divisa em outros mercados, após a China cortar sua taxa básica de juros pela primeira vez em mais de dois anos.
Segundo analistas, a decisão aumenta a atratividade de ativos de países como o Brasil.
"O cenário doméstico e o internacional estão favoráveis hoje, abrindo espaço para um alívio relevante", disse o operador da corretora B&T Marcos Trabbold.
A divisa dos EUA recuava contra moedas como os pesos chileno e mexicano.
Nesta manhã, o Banco Central vendeu a oferta total de até 4 mil swaps cambiais, que equivalem a venda futura de dólares, pelas atuações diárias. Foram vendidos 2,2 mil contratos para 1º de junho e 1,8 mil para 1º de setembro de 2015, com volume correspondente a 197,4 milhões de dólares.
O BC também vendeu nesta sessão a oferta integral de até 14 mil swaps para rolagem dos contratos que vencem em 1º de dezembro, equivalentes a 9,831 bilhões de dólares. Ao todo, a autoridade monetária já rolou cerca de 68 por cento do lote total.