O Ibovespa acompanhava o movimento de seus pares internacionais, interrompendo uma série de duas quedas e superando os 66 mil pontos (Luiz Prado/Divulgação/BM&FBOVESPA)
Da Redação
Publicado em 24 de fevereiro de 2012 às 15h05.
SÃO PAULO - As principais bolsas de valores globais sustentavam modestos ganhos nesta sexta-feira, amparadas por dados positivos nos Estados Unidos e pelo noticiário corporativo na Europa.
A alta, contudo, mostrava-se frágil, em meio a preocupações com a Grécia e com o impacto negativo do salto nos preços do petróleo sobre a economia.
Os índices de ações em Nova York oscilavam em torno de máximas não vistas desde antes do colapso do banco Lehman Brothers, em 2008, o que alimentava expectativas de uma correção no curto prazo. Ainda assim, dados mostrando que a confiança do consumidor norte-americano alcançou a máxima em um ano neste mês e queda menor que a esperada nas vendas de novas moradias em janeiro ajudavam a manter os ganhos dos mercados.
Na Europa, o índice FTSEurofirst 300 fechou com alta de 0,17 por cento, na cola dos balanços acima do esperado da Telecom Italia e da perspectiva de recuperação nas vendas da BASF. Dados sólidos sobre a confiança do empresário alemão divulgados na véspera seguiam fazendo preço, catapultando o euro a máximas em cerca de dez semanas frente ao dólar.
O Ibovespa acompanhava o movimento de seus pares internacionais, interrompendo uma série de duas quedas e superando os 66 mil pontos.
Na ala positiva figuravam os papéis do grupo Oi, depois de a decisão da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) de negar os recursos de investidores sobre a proposta de reorganização societária da empresa, que será tratada em assembleia de acionistas na próxima segunda-feira.
Destaque de alta para as ações da blue chip Petrobras , após a empresa ter divulgado na quinta-feira à noite que teve um aumento de 2 por cento na produção de petróleo no Brasil em janeiro, ante o mesmo mês do ano passado, atingindo o segundo maior volume mensal da história da companhia no país.
A alta nos papéis da estatal ocorria ainda em meio à valorização nos preços do petróleo, que refletia temores com oferta decorrentes da sanção imposta ao Irã, grande produtor e exportador da commodity.
O barril do Brent ampliava o recorde em euros batido na véspera, alcançado na máxima 124,98 dólares, o que gerava preocupações de um impacto negativo sobre os esforços de governos da zona do euro no combate à crise de dívida que afeta o bloco.
No Brasil, o dólar tinha leve queda ante o real, enquanto os juros futuros subiam, após o resultado da pesquisa do Banco Central sobre juro neutro trazer uma taxa de equilíbrio acima da que vinha sendo cogitada por parte do mercado, gerando dúvidas sobre a continuidade do atual ciclo de afrouxamento monetário.
Na noite da véspera, relatório do BC mostrou que analistas do mercado acreditam que a taxa de juro neutra do país -que não produz pressão inflacionária- está em 5,50 por cento, na mediana das consultas. No levantamento anterior, feito em novembro de 2010, os especialistas viam essa taxa em 6,75 por cento.
A pauta doméstica trouxe dados mostrando arrecadação federal mensal recorde em janeiro, de 102,579 bilhões de reais. Ainda assim, a Receita Federal fez uma estimativa cautelosa sobre o crescimento de impostos e tributos coletados em 2012, com aumento real esperado de 4,5 a 5 por cento.
Veja como estavam os principais mercados financeiros às 15h25 desta sexta-feira:
CÂMBIO O dólar era cotado a 1,7073 real, em queda de 0,22 por cento frente ao fechamento anterior.
BOVESPA O Ibovespa subia 0,55 por cento, para 66.184 pontos. O volume financeiro na bolsa foi de 3,4 bilhões de reais.
ADRs BRASILEIROS O índice dos principais ADRs brasileiros subia 0,96 por cento, a 34.614 pontos.
JUROS <0#2DIJ:> O DI janeiro de 2014 estava em 9,750 por cento ao ano, ante 9,670 por cento no ajuste anterior.
EURO A moeda comum europeia era cotada a 1,3465 dólar, ante 1,3367 dólar no fechamento anterior nas operações norte-americanas.
GLOBAL 40 O título de referência dos mercados emergentes, o Global 40, permanecia estável em 133,000 por cento do valor de face, oferecendo rendimento de 1,245 por cento ao ano.
RISCO-PAÍS O risco Brasil caía 1 ponto, para 200 pontos-básicos. O EMBI+ cedia 2 pontos, a 323 pontos-básicos.
BOLSAS DOS EUA O índice Dow Jones subia 0,15 por cento, a 13.003 pontos, o S&P 500 tinha alta de 0,34 por cento, a 1.368 pontos, e o Nasdaq ganhava 0,38 por cento, aos 2.968 pontos.
PETRÓLEO Na Nymex, o contrato de petróleo mais curto registrava alta de 0,96 dólar, ou 0,98 por cento, a 108,79 dólares por barril.
TREASURIES DE 10 ANOS O preço dos títulos do Tesouro norte-americano de 10 anos, referência do mercado, subia, oferecendo rendimento de 1,9739 por cento, frente a 1,997 por cento no fechamento anterior.