(Hering/Divulgação)
Da Redação
Publicado em 27 de julho de 2016 às 22h53.
Última atualização em 23 de junho de 2017 às 19h35.
A fabricante de roupas Hering esteve à frente de todos os ciclos de alta e de queda do mercado brasileiro de moda. Nesta quinta-feira, até os concorrentes torcem para que os resultados da empresa apontem para o início de uma nova fase de expansão. As estimativas estão longe de um consenso. Para o banco Deutsche Bank, o lucro da Hering deve encolher 19% na comparação anual, para 47 milhões de reais. Já o BTG Pactual, bem mais otimista, prevê uma alta de 2% nos lucros, para 60 bilhões de reais.
Em um ponto as opiniões convergem: o varejo de moda chegou ao fundo do poço no segundo trimestre e começa a se recuperar a partir de agora. “Depois de conversar com a maioria dos varejistas que cobrimos, entendemos que as vendas começaram a subir novamente em junho”, ressaltam analistas do banco Citi.
Na segunda-feira, a maior varejista de moda do país, a Lojas Renner, apresentou um lucro de 174,8 milhões de reais, 10,5% maior do que o do período de 2015. A companhia reconhece que o inverno mais rigoroso ajudou, e o diretor de relações com investidores da Renner, Laurence Beltão Gomes, foi cauteloso em afirmar que ainda é cedo para dizer “que a economia está em recuperação”. Mas, depois de tantas más notícias no setor, ninguém deu muita bola.
Para Edmundo Lima, diretor da Associação Brasileira do Varejo Têxtil (ABVTEX), a recuperação começa a despontar, impulsionada pela expectativa de melhora na economia e uma demanda que ficou reprimida quando o cenário era de queda. Mas, alerta, a retomada deve ser lenta. “As vendas só voltarão a patamares de 2013 e 2014 em 2019, até lá, temos pelo menos dois anos de trabalho pela frente”.