Painel de cotações da B3 | Foto:Germano Lüders/ Exame (Germano Lüders/Exame)
Da Redação
Publicado em 15 de dezembro de 2020 às 06h00.
Última atualização em 15 de dezembro de 2020 às 08h47.
Se as incertezas sobre a economia parecem diminuir no front externo com o início da vacinação contra o novo coronavírus nos Estados Unidos, no Brasil elas aumentam à medida que se aproxima o prazo para o encerramento tanto do auxílio emergencial como do estado de calamidade pública, com impactos importantes sobre a crise fiscal.
Na véspera, o relator do projeto do auxílio emergencial no Senado, Alessandro Vieira (Cidadania-SE), protocolou um projeto que propõe prorrogar o auxílio emergencial até o fim de março de 2021, assim como o estado de calamidade, o que permitiria a manutenção do pagamento por mais alguns meses sem furar o teto de gastos.
O descumprimento do teto de gastos e um círculo vicioso de aumento de gastos públicos é um dos principais temores de investidores, uma vez que pode minar a frágil retomada da economia. A atenção de investidores e analistas é redobrada na medida em que está marcada para quarta-feira, 16, a votação do projeto da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2021, com atraso de meses.
Outra notícia que será acompanhada por investidores é a divulgação às 8h, pelo Banco Central, da ata da última reunião do Copom. O comunicado da reunião da última quarta-feira, 9, trouxe a sinalização de que o colegiado do BC pode abandonar o uso do instrumento conhecido como forward guidance, que indica a manutenção da taxa básica de juros por determinado período desde que atendidas certas condições.
Uma sinalização mais explícita de retirada do forward guidance seria interpretado por analistas e investidores como um recado de que o BC se prepara para um aumento da taxa Selic ainda no primeiro semestre de 2021, com importantes repercussões sobre os preços dos ativos.
"A semana atual será chave para o Brasil, com o BC dando mais detalhes do que ele está vendo pela frente, sobretudo do que o motiva a sinalizar por que irá retirar o forward guidance em breve", escreveu Arthur Mota, economista da EXAME Research, no relatório Estratégia e Macro divulgado nesta segunda.
Na bolsa brasileira, o Ibovespa tenta novamente ensaiar fechar um pregão zerando as perdas de 2020, algo que aconteceu de forma provisória na segunda-feira.
A temporada de IPOs tem mais uma candidata nesta terça-feira, 15, com a Neogrid. A empresa de software com sede em Joinville, Santa Catarina, define no fim do dia o preço para a aguardada estreia na B3. A faixa de preço definida vai de 5,50 reais até 7,25 reais. Se o valor ficar no centro da faixa, em 6,38 reais, a oferta vai movimentar 600 milhões de reais.
Um ainda raro caso de empresa de tecnologia com planos de ir à bolsa brasileira, a Neogrid pode testar o apetite de investidores institucionais e de estrangeiros por representantes do setor no país.
A companhia, que se define como uma representante do ramo de SaaS (Software as a Service), pretende levantar 479 milhões de reais por meio da oferta primária, com recursos que vão reforçar o caixa da companhia; e outros 121 milhões de reais com uma oferta secundária dos acionistas vendedores, que embolsarão os recursos da venda. O principal acionista é o fundo Zaphira.
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