Comércio: varejo brasileiro vem de queda de 6,1% (Andre Coelho / Correspondente/Getty Images)
Guilherme Guilherme
Publicado em 12 de março de 2021 às 07h03.
Última atualização em 12 de março de 2021 às 08h14.
Após sequência positiva, os principais índices internacionais de ações recuam nesta sexta-feira, com a volta dos temores sobre a alta dos rendimentos dos títulos americanos. Nesta manhã, o rendimento dos títulos com vencimento em 10 anos sobe mais de 4% e volta a se aproximar da máxima desde fevereiro de 2020.
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A preocupação dos investidores é de que a alta dos rendimentos aumente o custo dos empréstimos, o que tem maior impacto sobre empresas de crescimento, característica do setor de tecnologia.
Como consequência, o índice Nasdaq, que teve o melhor desempenho entre os americanos no último pregão, hoje, é o que mais cai no mercado de futuros, com queda superior a 1% nesta manhã.
A alta dos rendimentos dos títulos dos Estados Unidos também implica em um dólar mais forte no mundo. O índice Dxy, que mede a variação da moeda americana contra divisas desenvolvidas, sobe mais de 0,5%, depois de três dias consecutivos de queda. O dólar também sobe frente a moedas emergentes, sugerindo uma abertura em alta no mercado brasileiro.
A maior volatilidade no mercado de títulos americanos ocorre antes da divulgação do Índice de Preço ao Produtor (PPI, na sigla em inglês) dos Estados Unidos, às 10h30. Referente ao mês de fevereiro, o mercado espera por uma alta mensal de 0,5%.
Na última divulgação, o indicador surpreendeu o mercado, registrando alta de 1,3% - a maior desde 2012 - e elevando a percepção de riscos inflacionários no país. Na comparação anual, a expectativa é de que o PPI fique em 2,7%.
No mercado local, o principal indicador econômico a ser divulgado será o de vendas no varejo de janeiro. As estimativas são de queda mensal de 0,3%, que, se confirmada, será a terceira seguida. Em dezembro, as vendas do varejo despencaram 6,1%, com o “feito black friday” antecipando parte das vendas de Natal.
Os Estados Unidos estudam enviar parte de suas vacinas adquiridas da AstraZeneca para o Brasil, segundo o New York Times. O país já possui as doses da vacina, mas o imunizante ainda não recebeu o aval para começar a ser aplicado.
Segundo a reportagem, parte do governo americano estaria disposto a enviar as vacinas para países mais necessitados, mas outra se mantém resistente.
A própria AstraZeneca se pronunciou sobre o tema por meio de seu porta-voz, que pediu para que o governo americano “considerasse cuidadosamente” os pedidos de vacinas de outros países.
A confirmação de que as vacinas serão entregues ao Brasil poderia acelerar o ainda lento processo de vacinação no país e ajudar a impulsionar ações que dependem de maior mobilidade social.
A PEC Emergencial, que abre caminho para novos auxílios e dá ferramentas para controle de gastos, foi aprovada em segundo turno na Câmara na noite de quinta-feira, 11.
A proposta saiu sem o trecho que impedia a progressão e promoção de funcionários públicos, mesmo em casos de calamidade pública ou urgência fiscal. Embora a possibilidade de reajuste de salários de servidores represente uma derrota à equipe do ministro Paulo Guedes, o mercado já esperava que o trecho fosse retirado.