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No radar: Hering e Arezzo, Petrobras, Orçamento e o que move os mercados

Bolsas internacionais operam em alta no aguardo de dados econômicos e novos balanços do 1º trimestre de 2021

Lucro das empresas caiu pressionado por aumento dos juros  (Vertigo3d/Getty Images)

Lucro das empresas caiu pressionado por aumento dos juros (Vertigo3d/Getty Images)

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Beatriz Quesada

Publicado em 15 de abril de 2021 às 08h11.

Última atualização em 15 de abril de 2021 às 08h11.

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Quadro geral do dia às 7h05:

  • EUA: Dow Jones futuro avança 0,44%, S&P 500 futuro registra alta de 0,47% e Nasdaq futuro sobe 0,59%
  • Índice pan-europeu STOXX600 avança 0,27%
  • Índice MSCI Ásia-Pacífico registrou alta de 0,6%

As bolsas globais avançam nesta quinta-feira, 15, com investidores aguardando dados econômicos e na expectativa da continuidade da temporada de balanços do 1º trimestre de 2021. Entre as empresas que divulgam hoje seus resultados estão os bancos Citigroup e Bank of America (BofA), a gestora BlackRock e a Pepsi.

Os índices futuros americanos avançam pela manhã após terem recuado das máximas históricas no pregão da véspera. A quarta-feira foi marcada por fortes resultados dos bancos Goldman Sachs e do JP Morgan, que surpreenderam analistas e impulsionaram o índice Dow Jones -- único dos três principais a fechar no positivo. 

As ações do Goldman subiram mais de 2% ontem e são negociadas em alta de 1% no pré-market, enquanto as do JP Morgan tiveram queda de 1,87% na véspera e agora avançam 0,6%.

As atenções foram divididas com a estreiana Nasdaq da Coinbase, maior corretora de criptoativos dos Estados Unidos. As ações da empresa enfrentaram forte volatilidade durante o pregão e encerraram o dia em queda de 14%.

Nesta quinta-feira, investidores também ficam atentos à divulgação dos pedidos semanais de seguro desemprego nos Estados Unidos, que devem ser divulgados às 9h30. A expectativa é de 700 mil pedidos contra 744 mil na última semana. Na agenda macroeconômica, serão divulgados ainda indicadores de avanço mensal de vendas no varejo e de produção industrial -- ambos para março.

Na Europa, as bolsas sobem também no aguardo dos resultados corporativos, enquanto investidores monitoram a divulgação de dados de inflação para março de diversos países do bloco, como Alemanha, França e Itália.

Já as bolsas asiáticas fecharam sem direção definida, com os mercados de Hong Kong e da China recuando à medida que as operações de liquidez do banco central chinês sinalizaram uma tentativa de conter o avanço da alavancagem.

Por aqui, o Ibovespa encerrou o último pregão acima dos 120 mil pontos puxado por Vale (VALE3), Petrobras (PETR3;PETR4) e bancos. O setor bancário se beneficiou do momento positivo no exterior, enquanto as outras duas empresas se valorizaram na esteira da alta das commodities.

Saiba quais são os principais destaques que podem fazer preço no mercado nesta quinta-feira:

Hering rejeita proposta da Arezzo

A varejista de moda Hering (HGTX3) negou, na noite desta quarta-feira, a proposta feita pela concorrente Arezzo (ARZZ3) de combinar os negócios das duas marcas. Avaliada em 7,5 bilhões de reais na bolsa, a Arezzo ofereceu 21% das empresas combinadas aos acionistas da Hering mais 1,29 bilhão de reais em dinheiro

A Hering recebeu a oferta na semana passada. "Eu logo afirmei que um acordo era improvável porque estamos iniciando um ciclo de crescimento orgânico muito forte, alinhados com acionistas de referência", disse o presidente da companhia, Fábio Hering, em conversa com o EXAME IN.

Petrobras aprova dividendos

Acionistas da Petrobras (PETR3; PETR4) aprovaram em assembleia na noite de ontem uma proposta de dividendos de 10,27 bilhões de reais, referentes ao exercício de 2020.

O montante corresponde ao valor de 0,787446 real por ação ordinária (PETR3) e preferencial (PETR4) em circulação. Segundo fato relevante, o valor será atualizado pela variação da taxa Selic de 31 de dezembro até a data do pagamento, em 29 de abril.

A aprovação dos dividendos estava ameaçada porque a pauta havia sido embargada em uma liminar ada a pedido da Federação Única dos Petroleiros (FUP), representante de empregados da Petrobras.  O sindicato buscava que a assembleia discutisse a mudança no plano de saúde. A liminar, no entanto, foi reconsiderada e a proposta de dividendos, aprovada.

Orçamento segue em impasse

Investidores locais devem continuar atentos ao impasse em relação ao Orçamento de 2021. O prazo para que o presidente sancione o texto expira em uma semana, no dia 22 de abril, e ainda não há consenso entre Congresso e equipe econômica sobre o tema. 

O presidente Jair Bolsonaro tenta encontrar meio-termo para aprovação do texto, que foi classificado como “impraticável” por analistas. Segundo informações do jornal O Estado de S.Paulo, Bolsonaro ouviu de Arthur Lira, em reunião nesta terça-feira, que o Parlamento não aceita vetos à proposta orçamentária. Na outra ponta, o ministro da Economia, Paulo Guedes, teria novamente ameaçado abandonar o cargo caso o texto seja sancionado como está.

CPI da Covid-19 avança

Para além do Orçamento, a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid-19 também fica no radar do governo e dos investidores. O STF confirmou em votação ontem a decisão liminar do ministro Luís Roberto Barroso que determinou a instalação da CPI. A Comissão vai investigar a atuação do governo federal durante a pandemia e os repasses feitos a estados e municípios para o enfrentamento da crise.

Alguns analistas temem que a CPI seja um ruído político que atrapalhe a condução da pandemia. A crise, a propósito, não para de avançar no Brasil, que registrou 3.459 mortes por Covid-19 e 73.513 novos casos confirmados nesta quarta-feira, segundo dados do Ministério da Saúde.

Na esteira das investigações, o Ministério Público Federal (MPF) no Amazonas moveu ontem uma ação por improbidade administrativa contra o ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello e mais cinco pessoas por omissão na crise de saúde pública no Amazonas entre dezembro de 2020 e janeiro deste ano.

Ofertas, desistências e reajustes

Nesta quinta-feira, a Sequoia (SEQL3) precifica sua oferta subsequente de ações que pode captar até 975 milhões de reais. A Blau Farmacêutica também decide hoje o preço de suas ações em IPO (oferta pública inicial, na sigla em inglês), após alteração no calendário de oferta. Nos bastidores, é ventilada a possibilidade de que a oferta saia a 40 reais, abaixo da faixa indicativa de 44,60 a 50,60.

Descontos, adiamentos e desistências tem sido uma constante no mercado de ofertas na última semana. A rede hospitalar Mater Dei precificou seu IPO ontem por 17,44 reais por ação, aceitando um desconto de 20% sobre o piso do intervalo sugerido para a operação, de 21,80 reais.

A Viveo (CM Hospitalar), empresa fornecedora de produtos hospitalares, também precificaria o IPO ontem, mas não aceitou desconto no preço e desistiu de sua oferta. Especialistas ouvidos pela Exame Invest afirmam que o mercado não lida bem com incertezas, e o cenário atual do Brasil acaba pressionando o preço de ofertas.

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