JPMorgan: lucros mais altos no quarto trimestre (Bloomberg/Bloomberg)
Marcelo Sakate
Publicado em 13 de outubro de 2020 às 06h00.
Última atualização em 13 de outubro de 2020 às 22h55.
A semana mais curta no Brasil começa nesta terça-feira, 13, com investidores atentos ao cenário externo.
No mercado americano, as atenções estarão voltadas para o começo -- de forma mais consistente -- da safra de resultados trimestrais das companhias de capital aberto. A dúvida é saber se vai predominar o copo meio cheio ou meio vazio na visão de investidores e analistas: a projeção é que as empresas do S&P 500 reportem uma queda média de 21% nos lucros no período na comparação anual, o que, se confirmado, será o pior desempenho desde a crise financeira de 2009. Os dados são da Refinitiv.
Mas, no início de julho, a estimativa consensual do mercado era a de que os lucros cairiam ainda mais, na casa de 25%.
Outro sinal positivo que pode reforçar a percepção de copo meio cheio é que, das 22 companhias que já divulgaram seus resultados trimestrais, 20 superaram as estimativas consensuais de analistas de Wall Street.
O setor financeiro será o destaque desta terça-feira, com a divulgação de dados do maior banco americano, o JPMorgan Chase, além do Citigroup, da maior corretora independente, a Charles Schwab, e da maior gestora do mundo, a BlackRock. Todos os resultados serão conhecidos pela manhã, antes da abertura das bolsas americanas (que acontece às 10h30 de Brasília).
A expectativa de analistas é que o JPMorgan apresente queda tanto das receitas como do lucro por ação, com o resultado negativo puxado pelos negócios de varejo, tanto ao consumidor como para empresas. O lucro por ação deve ficar em 2,18 dólares, abaixo dos 2,68 dólares no mesmo período um ano antes. As receitas devem ter caído de 30,06 bilhões de dólares para 28,26 bilhões de dólares.
Mas um resultado melhor que o esperado do segmento de banco de investimento, com ganhos maiores em ações e renda fixa, a exemplo do que aconteceu no segundo trimestre, pode amenizar a queda no varejo e trazer algum ânimo para os investidores.
No front das big techs, a expectativa é pelo evento em que a Apple vai anunciar os novos modelos para o iPhone.
Nos Estados Unidos, o Fundo Monetário Internacional (FMI) realiza de forma virtual o seu encontro semestral de outono, com análises e a atualização das projeções para o crescimento (ou retração) das maiores economias do mundo em 2020 e 2021. As estimativas serão conhecidas logo cedo, às 9h30 de Brasília. Haverá ainda novos paineis ao longo da semana para discutir a reação dos governos à crise da Covid-19.
Na atualização mais recente das previsões do FMI, anunciada em junho, a economia global deve sofrer uma retração de 4,9% em 2020. A economia brasileira terá um dos piores desempenhos entre os emergentes, com recessão da ordem de 9,1% do PIB. Mas, nos últimos quatro meses, uma série de indicadores mostrou um ritmo de retomada acima do esperado, o que deve levar a revisões para cima das projeções.
No mercado brasileiro, a terça-feira terá a estreia do Grupo Mateus na B3. O maior IPO (sigla em inglês para oferta pública inicial) do ano até aqui movimentou 4,6 bilhões de reais, em operação que teve a precificação na última quinta, 8. As ações serão negociadas com o ticker GMAT3 ao preço de 8,97 reais.
No Brasil, a terça-feira começa com a divulgação, às 8h25, do relatório Focus, com as projeções de analistas de mercado para a economia brasileira em 2020 e 2021. Por enquanto, apesar das sucessivas revisões para cima nas expectativas de inflação, o mercado -- em sua mediana -- não alterou a previsão de que a taxa básica de juros, a Selic, encerrará 2020 em 2% ao ano.