Para pessoas físicas, a opção estará disponível somente para aquelas com aplicações financeiras de mais de R$ 1 milhão (Germano Lüders/EXAME)
Da Redação
Publicado em 19 de julho de 2011 às 09h38.
São Paulo - O investidor brasileiro vai poder negociar no mercado local a partir da próxima segunda-feira papéis de empresas americanas, como Coca-Cola, Colgate-Palmolive, Nike, a bandeira de cartões Mastercard e o site de comércio eletrônico Amazon. O Itaú Unibanco venceu uma concorrência da BM&FBovespa e está trazendo ações de dez empresas, que incluem ainda Caterpillar, Chevron, Oracle, Monsanto e Schlumberger.
O investimento nessas empresas na Bolsa brasileira, porém, será restrito a grandes investidores. Para pessoas físicas, a opção estará disponível somente para aquelas com aplicações financeiras de mais de R$ 1 milhão. Quem não tiver esse patrimônio terá de procurar fundos de investimento que incluam esses papéis na carteira.
Ricardo Soares, diretor do Itaú Unibanco, diz que, para escolher as dez empresas, o banco considerou fatores como exposição da marca no mercado americano e internacional, expectativa de crescimento nos próximos anos e volume de negociação das ações nos Estados Unidos. "Optamos por trazer mais empresas ligadas ao consumo e varejo, por conta das boas expectativas para este segmento a médio e longo prazo", explica.
As ações dessas empresas serão negociadas na BM&FBovespa por meio de papéis chamados Brazilian Depositary Receipts (BDRs) não patrocinados. São certificados que representam ações de emissão de companhias abertas, com sede no exterior, e emitidos por instituição no Brasil - no caso, o Itaú. São chamados de "não patrocinados" porque quem traz o papel para a bolsa brasileira é um banco, e não a própria empresa.
O Deutsche Bank, que participou junto com a Bolsa da criação desse mercado no Brasil, no ano passado, e o Citibank, que venceu a primeira concorrência, já trouxeram outros papéis para o Brasil. Os nomes incluem ações de grandes empresas internacionais, como Google, McDonald's, Arcelor, Apple e o banco de investimento Goldman Sachs.
Esse mercado, porém, ainda registra poucos negócios na bolsa brasileira. Soares, do Itaú, afirma que uma das razões é que é um setor muito novo no Brasil e que pouca gente conhece.