Mercados

News Corp vale metade na bolsa por “risco Murdoch”

O valor de mercado da empresa hoje é de 37,19 bilhões de dólares

O magnata Rupert Murdoch, que chegou a Londres no domingo passado para administrar pessoalmente a crise, está è frente do conglomerado News Corp (Andrew Cowie/AFP)

O magnata Rupert Murdoch, que chegou a Londres no domingo passado para administrar pessoalmente a crise, está è frente do conglomerado News Corp (Andrew Cowie/AFP)

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Da Redação

Publicado em 18 de julho de 2011 às 19h05.

São Paulo – As alegações de que o tabloide News of The World utilizava escutas telefônicas para conseguir furos de reportagem fez com que a News Corp, dona do extinto jornal, passasse a valer na bolsa metade do que a soma de todos seus ativos, avaliam analistas de mercado.

As ações, que caíram 15,56% nos últimos cinco dias, levaram o valor de mercado para o patamar de 37,2 bilhões de dólares. Segundo os cálculos dos bancos Barclays e Gabelli & Co obtidos pela Bloomberg, ao precificar cada um dos negócios da empresa, o conglomerado valeria entre 62 bilhões e 79 bilhões de dólares.

A diferença é vista pelos analistas como o risco “Rupert Murdoch”. Para Michael Morris, analista da Davenport & Co, o desconto “engloba a preocupação de que ele irá tomar decisões que não são consistentes com os interesses dos outros acionistas”, disse à Bloomberg. “A soma das partes da News Corp é enorme comparada com o nível de negociação das ações”, diz.

Rating

A agência de classificação de risco Standard and Poor’s colocou hoje o rating da News Corp em revisão citando o aumento dos riscos para os negócios e para reputação a partir das investigações. Segundo a agência, o caso pode ser também acompanhado nos Estados Unidos.

“Vemos o risco de que, caso as evidências sejam suficientes para levar a uma acusação criminal contra a companhia ou para qualquer funcionário ou ex-funcionário, então as autoridades encarregadas nos EUA poderiam prosseguir com essas acusações”, disse o analista da S&P, Michael Altberg, em nota.

A agência citou também o enfraquecimento da força executiva da empresa e a perda de reputação que aliena atuais e potenciais clientes, além de levar a companhia a abandonar oportunidades de negócios, como a compra da operadora britânica BSkyB, que foi deixada de lado após o escândalo.

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