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Netflix ganha 1,7 milhão de assinantes, mas lucro cai 19% no 1º tri

Companhia adiou a cobrança para senhas compartilhadas nos Estados Unidos e diz ter visto queda na base em outros países, mas apostar em retorno gradual de usuários

Netflix: receita cresceu 4% no primeiro trimestre, mas margens pioraram (Rafael Henrique/SOPA Images/LightRocket/Getty Images)

Netflix: receita cresceu 4% no primeiro trimestre, mas margens pioraram (Rafael Henrique/SOPA Images/LightRocket/Getty Images)

Raquel Brandão
Raquel Brandão

Repórter Exame IN

Publicado em 18 de abril de 2023 às 20h06.

Última atualização em 18 de abril de 2023 às 20h10.

O inverno das plataformas de streaming está se aproximando e os números da Netflix no primeiro trimestre são uma indicação disso. Embora a empresa tenha registrado um avanço de 4% na receita da companhia, para US$ 8,16 bilhões, a pressão inflacionária em todo o mundo tem feito os consumidores repensarem os gastos que não são obrigatórios, como os com lazer.

No primeiro trimestre de 2023, a Netflix viu sua base de assinantes crescer 1,75 milhão, abaixo da estimativa média dos analistas de mercado de 2,2 milhões. O lucro líquido da companhia caiu: passou de US$ 1,60 bilhão em 2022 para US$ 1,30 bilhão nos primeiros três meses de 2023.

Controle de senhas compartilhadas e contas com anúncios

A companhia vem buscando soluções para conseguir ampliar sua base de assinantes e seguir crescendo. A companhia havia anunciado a cobrança adicional por compartilhamento de senhas (quando o consumidor utiliza a mesma senha para acessar a plataforma em endereços diferentes) e a criação de planos com anúncios, que têm preços mais baixos.

"Nosso novo plano de anúncios nos permite oferecer aos consumidores um preço mais baixo. Embora ainda seja muito cedo, continuamos satisfeitos com nosso progresso em todas as dimensões principais: experiência do membro, valor para os anunciantes e contribuição incremental para nossos negócios", disse a empresa em seu relatório. Segundo ela, o engajamento com o plano com anúncios, onde já está operando, está acima das expectativas iniciais. "Como esperado, vimos muito pouca mudança de nossos planos padrão e premium"

Já sobre o compartilhamento pago, a empresa diz ser uma iniciativa importante dado que mais de 100 milhões de famílias compartilham suas contas e isso prejudica a capacidade de investimento. A companhia diz que viu, por exmeplo, queda nos números de assinantes na América Latina, mas que essa base deve crescer gradualmente conforme os usuários vão reativando suas contas e adicionando os membros pagos extras. Ainda assim, o novo formato de cobrança foi adiado nos Estados Unidos, seu maior mercado, passando do primeiro trimestre para o segundo.

Redução de custos e menos gasto com conteúdo

A companhia intensificou sua estratégia de reduzir despesas, o que passa pela conteção de gastos com conteúdo.  O lucro líquido operacional totalizou US$ 1,7 bilhão contra US$ 2,0 bilhões no primeiro trimestre de 2022, mas ficou acima da projeção da empresa, de US$ 1,6 bilhão. A margem operacional foi de 21% em comparação com 25% no período do ano anterior. O declínio na margem operacional tem como principal razão a desvalorização das moedas dos países em que opera versus o dólar americano.

A companhia disse que a competição tem se intensificado e que outras plataformas têm focado na transmissão de esportes ao vivo, mas disse não "focar tanto na concorrência". "Aprendemos ao longo dos anos que a execução consistentemente excelente (melhores filmes, séries de TV e agora jogos, melhor ferramenta de descoberta e marketing mais animado e criativo) é a chave para o nosso sucesso a longo prazo", escreve a empresa.

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