Renner: Nem recompra bilionária anima mercado e ações caem (Marcos Gouveia/ Renner/Divulgação)
Repórter de Mercado Imobiliário
Publicado em 21 de fevereiro de 2025 às 11h53.
As ações de Lojas Renner (LREN3) caíam mais de 8% às 11h50 desta sexta-feira, 21. O mercado repercute os resultados do quarto trimestre de 2024 da companhia, que vieram abaixo das expectativas.
Embora as vendas tenham ficado em linha com as projeções do Goldman Sachs e do consenso da Bloomberg, a rentabilidade surpreendeu negativamente, impactada por uma margem bruta inferior ao esperado e pequenas variações negativas nas despesas operacionais.
Mesmo com os estoques saudáveis e dos menores níveis históricos de remarcações, a margem bruta do varejo caiu 0,15 ponto percentual na comparação anual, afetada sobretudo pelas pressões cambiais que não foram repassadas ao longo do quarto trimestre. Analistas do banco consideram que as expectativas estavam elevadas após o aumento significativo no trimestre anterior.
Os analistas do Citi esperam que a administração explique melhor o aumento das despesas operacionais e como isso pode evoluir ao longo do ano. "A combinação de menor resultado operacional e maiores despesas financeiras compensou completamente a redução dos impostos, levando o lucro líquido a ficar 18% abaixo das nossas projeções. O balanço patrimonial segue sólido, com posição de caixa líquido de R$ 1,8 bilhão, permitindo que a Renner aprovasse um programa de recompra de até 75 milhões de ações", afirma o banco.
Já para analistas do Bradesco BBI, o anúncio do programa de recompra de ações foi um dos principais pontos positivos do balanço que, de maneira geral, ficou "abaixo do consenso e os números vieram um pouco abaixo dos nossos números".
O Bradesco também cita o desempenho da Realize e a geração de caixa saudável como pontos positivos. Mas mantém a classificação neutra para os papéis da varejista, principalmente por causa da "mensagem pouco inspiradora" sobre as perspectivas do setor para 2025, do desempenho fraco da margem bruta, e da melhoria subjacente do SG&A, que foi mais fraca do que o esperado pelo banco.
No balanço, a empresa também forneceu projeções para abertura de lojas e investimentos em 2025. O plano prevê investimentos de R$ 850 milhões destinados principalmente à renovação de lojas, tecnologia e à abertura de até 35 novas unidades.
Segundo a administração, 80% das novas lojas devem ser em locais inéditos, onde a expectativa de rentabilidade é maior do que a média da empresa. Para efeito de comparação, o Goldman Sachs estimava R$ 800 milhões em investimentos e 36 novas lojas para o ano.