Natura (Silvia Zamboni)
Da Redação
Publicado em 20 de setembro de 2011 às 16h00.
São Paulo – As ações ordinárias da fabricante de cosméticos Natura (NATU3) recuam forte no pregão desta terça-feira na BM&FBovespa após o banco Goldman Sachs reduzir a recomendação para os papéis da companhia de “manter” para “vender”.
Às 15h35 (horário de Brasília), as ações da Natura recuavam 4,89%, negociadas a 32,67 reais (mínima do dia), liderando as baixas do Ibovespa, principal índice brasileiro. No acumulado do ano, os papéis da empresa contabilizam recuo de 28,25%, enquanto o Ibovespa perde 17,53%.
Em relatório, as analistas Irma Sgarz e Rachel Rodrigues explicam que os ventos contrários de estrutura e competitividade estão se intensificando, elevando as incertezas sobre o crescimento da companhia no médio prazo.
“O desaquecimento na expansão das vendas da companhia já se tornaram evidentes nos resultados do primeiro semestre de 2011”, destacam as analistas. Elas estabeleceram o preço-alvo de 35,90 reais em 12 meses, o que implica em um potencial de valorização de apenas 4,51% frente à cotação de 34,35 reais vista no fechamento do pregão de ontem.
Segundo o Goldman Sachs, a administração da Natura chegou a elaborar iniciativas estratégicas para conter este cenário de desaquecimento nas vendas. No entanto, não se tratam de “fórmulas mágicas”, destacam as analistas. A implementação e os resultados potenciais das novas medidas não devem vir a tona antes de 2013.
A equipe de pesquisa sugere que a Natura redesenhe a estrutura de incentivos concedidos para suas consultoras, com o objetivo de manter o crescimento por meio dos ganhos com produtividade, além de ampliar a conveniência de seu canal de distribuição, com entregas diretas ao consumidor por meio de serviços delivery e pedidos feitos via internet.
O Goldman Sachs destaca ainda que a empresa terá que reinvestir no desenvolvimento de novos produtos, o que as analistas acreditam ser “vital” para o trabalho e produtividade dos representantes de vendas.
Metas e objetivos
O Goldman Sachs prevê que a estrutura de gastos variável da Natura deve dar flexibilidade para que a companhia consiga manter sua margem Ebitda estável em 2011. Contudo, as analistas do banco americano temem que, para isso, a empresa reduza seus custos com marketing e inovação.
Esta ação iria de forma contrária à sugestão do Goldman Sachs. Para o banco, novas medidas que alterem a estrutura de incentivos para as consultoras e o canal de distribuição de produtos são essenciais para inovar o modelo comercial de negócios da fabricante de cosméticos.