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Natura: ação estende queda após resultado e perda chega a 35% no ano

Empresa espera normalizar margens a partir do segundo semestre, prejuízo líquido disparou para R$ 643,1 milhões

Natura (Rafael Henrique/SOPA Images/LightRocket/Getty Images)

Natura (Rafael Henrique/SOPA Images/LightRocket/Getty Images)

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Guilherme Guilherme

Publicado em 6 de maio de 2022 às 14h48.

Última atualização em 6 de maio de 2022 às 15h05.

As ações da Natura (NTCO3) caem mais de 3% nesta sexta-feira, 6, com investidores reagindo à piora dos indicadores operacionais apresentada no balanço do primeiro trimestre. Com a queda de hoje, os papéis da companhia de cosméticos passam a acumular desvalorização de cerca de 35% no ano. A depreciação, nos últimos seis meses, supera 55%.

Natura teve prejuízo líquido de R$ 643,1 milhões no primeiro trimestre, 314% acima do registrado no período do ano passado A receita e o Ebitda caíram 12,7% e 37,8%, respectivamente. A margem Ebitda diminuiu em 3 pontos percentuais para 7,2%.

Em trimestre classificado como "desafiador" pela Natura, a empresa foi afetada pela inflação, custos da cadeia de produção e pelos efeitos da guerra da Ucrânia. A diminuição da receita com a Avon Internacional foi a mais afetada pelo conflito, caindo 22,1%.

Mas em conversa com investidores nesta manhã, executivos da companhia se mostram satisfeitos com o desempenho da empresa no exterior, dada as adversidades do cenário. A margem Ebitda da Avon Internacional se manteve praticamente estável, em 4,4%.

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"O aumento decorre da rigorosa disciplina financeira e economias estruturais resultantes da simplificação do modelo operacional. Isto compensou os impactos contínuos da inflação e preços mais elevados das commodities" afirmou a empresa no balanço.

Para os números consolidados, a diretoria da Natura espera uma melhor base de comparação a partir do segundo semestre, quando espera começar a ver a normalização das margens. "Não estamos satisfeitos com as margens do primeiro trimestre. Mas estamos muito confiantes sobre a progressão da nossa margem", afirmou João Paulo Ferreira, CEO da Natura&Co América Latina

Em relação às operações brasileiras, a companhia informou que a reabertura econômica ajudou a impulsionar parte das vendas, especialmente de maquiagem -- setor em que a empresa é líder.

A despeito da queda de receita, impulsionada pelas operações da Avon, a Natura Brasil teve alta de 3,1% frente ao mesmo período do ano passado.

O crescimento, segundo a companhia, foi impulsionado pela maior produtividade das consultoras, que cresceu 10,5%. A base média de consultoras, no entanto, diminuiu em 7,5% para 1,09 milhão. A queda foi classificada como um fator natural, dado o crescimento extraordinário apresentando durante a pandemia.

"Houve uma redução também no terceiro trimestre do ano passado. Estamos com números estáveis em relação ao quarto trimestre e eu prefiro dessa forma. Prefiro que tenha maior aumento de produtividade que de número de consultoras. Em termos absolutos, devemos ver números bem parecidos daqui para frente", disse em teleconferência.

"Esses formatos crescem mais rápido que os formatos de revenda tradicionais. E por conta disso vamos continuar a expandir e a investir nas lojas de nossas consultoras", afirmou.

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