Mercados

“Não vamos facilitar a concorrência”, diz Edemir Pinto

Presidente da BM&FBovespa disse que preocupação com a entrada de uma nova bolsa no país é “zero”

Na opinião de Edemir Pinto, o relatório sobre a concorrência “frustrou” a bolsa (Germano Lüders/EXAME)

Na opinião de Edemir Pinto, o relatório sobre a concorrência “frustrou” a bolsa (Germano Lüders/EXAME)

DR

Da Redação

Publicado em 4 de julho de 2012 às 21h29.

São Paulo – “É claro que apoiamos que exista concorrência, mas facilitar, nós não vamos”. Foi assim que Edemir Pinto, presidente da BM&FBovespa, resumiu sua opinião sobre a presença de uma nova bolsa operando no Brasil. Segundo ele, a preocupação com uma possível concorrente é “zero”.

Durante o evento Melhores e Maiores, da revista EXAME, o executivo disse que, pelo menos até 2014, a bolsa brasileira não tem a intenção de prestar serviços para terceiros e que está focada em investimentos que irão dar ganhos de escala, que serão transferidos para os clientes e as corretoras.

Com essa estratégia, a BM&FBovespa não irá ceder o uso da sua clearing house, a CBLC (Companhia Brasileira de Liquidação e Custódia), que é a contraparte para o mercado de ações e de renda fixa e responsável pela fiscalização dos pagamentos e recebimentos.

Concorrência não preocupa

“Quando fizemos a fusão da BM&F com a Bovespa, já nascemos como uma empresa preparada para isso”, disse Edemir Pinto sobre a concorrência.

Na opinião do executivo, a entrada de um novo concorrente será mais difícil conforme o tempo passa porque a BM&FBovespa tem investido em projetos que a deixariam em melhor posição competitiva frente outras empresas.

“Para uma nova bolsa ter sucesso aqui, precisaria chegar já com um modelo verticalizado”, disse.


Quando questionado sobre quem teria condições de já chegar no Brasil com esse modelo completo, Edemir disse que muitas bolsas no mundo estariam preparadas, mas nenhuma mostrou interesse em entrar no país.

“Apenas a BATS apresentou isso, mas o que eles realmente têm, não sei”, disse. “A concorrência não nos preocupa”, resumiu. Além da americana, a Direct Edge também manifestou o seu interesse em abrir um mercado alternativo no país.

Relatório que não relatou (bem)

O relatório produzido pela consultoria Oxera a pedido da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) sobre o cenário para a entrada de outras bolsas no Brasil serviu de base para uma reunião com participantes e interessados no mercado brasileiro na última semana.

Na opinião de Edemir Pinto, o relatório “frustrou” a bolsa. “E ainda apresentou números errados sobre nossa companhia”, disse. Edemir falou que o estudo apresentou números diferentes sobre taxas praticadas pela bolsa. “E ainda subestimou os custos de infraestrutura”, falou o executivo.

Na opinião de Edemir, o relatório e a iniciativa da CVM são positivos, mas a conclusão percebida pelo executivo é de que o mercado não precisa de fragmentação agora.

Acompanhe tudo sobre:AçõesB3BATSbolsas-de-valoresDirect EdgeEdemir PintoEmpresasEmpresas abertasExecutivosExecutivos brasileirosPersonalidadesservicos-financeiros

Mais de Mercados

Casas Bahia reduz prejuízo e eleva margens, mas vendas seguem fracas; CEO está confiante na retomada

Tencent aumenta lucro em 47% no 3º trimestre com forte desempenho em jogos e publicidade

Ações da Americanas dobram de preço após lucro extraordinário com a reestruturação da dívida

Na casa do Mickey Mouse, streaming salva o dia e impulsiona ações da Disney