Tanques de armazenagem de gás natural da Petrobras, na Baia do Guanabara | Foto: Dado Galdieri/ Bloomberg (Dado Galdieri/Bloomberg)
Guilherme Guilherme
Publicado em 25 de outubro de 2021 às 08h36.
Última atualização em 25 de outubro de 2021 às 08h36.
Após caírem mais 8% na última semana, as ações da Petrobras (PETR3/PETR4) podem parecer uma pechincha, com múltiplos mais baixos que de petroleiras menores e de outros países.
Mas, ainda que vejam um potencial de alta de 32% para os papéis no longo prazo, analistas do BTG Pactual Digital não recomendam a compra dos papéis. E a razão para isso se encontra nos ruídos políticos que rondam a estatal.
Em meio às sucessivas alta de preços dos combustíveis, caminhoneiros voltaram a ameaçar uma nova paralização na semana passada. Com o governo tomando medidas consideradas "populistas" por parte dos investidores, o mercado teme intervenções sobre a política de preços da Petrobras, embora o presidente Jair Bolsonaro tenha sinalizado que não será alterada.
Na quinta-feira, 28, a empresa irá apresentar seu balanço do terceiro trimestre. A expectativa é de um bom resultado, impulsionado pela frente de Exploração e Produção, beneficiada pela valorização do petróleo, que já subiu mais de 60% no ano.
"Do ponto de vista operacional, a Petrobras está indo bem e está a caminho de entregar sua estimativa anual de produção. Mas não esperamos que os investidores reajam puramente ao momento operacional. Mesmo a forte geração de fluxo de caixa nos últimos trimestres foi ofuscada por ruídos políticos sobre a política de preços de combustível e o que a eleição do próximo ano poderia significar", afirmam analistas do BTG Pactual Digital em relatório.
"Acreditamos que isso deve continuar a evitar uma reprecificação completa. Preferimos capturar um cenário favorável de preços de energia por meio de empresas de petróleo privadas."