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Mundo vive escassez de ativos seguros, afirma economista do MIT

Para Ricardo Caballero, é essa falta de equilíbrio que gera a alta volatilidade dos mercados presenciada atualmente

"Há uma escassez de ativos para distribuir o valor", destaca o chefe do departamento econômico do MIT (.)

"Há uma escassez de ativos para distribuir o valor", destaca o chefe do departamento econômico do MIT (.)

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Da Redação

Publicado em 26 de maio de 2010 às 13h12.

São Paulo - O mundo tem muito dinheiro disponível, mas poucos ativos seguros para distribuir toda essa riqueza. É essa falta de equilíbrio a responsável pela enorme volatilidade dos mercados, especialmente quando as opções de investimentos transitam entre os níveis de segurança de investimentos, analisa o chefe do departamento econômico do MIT (Massachussets Institute of Technology), Ricardo Caballero.

"Há uma escassez de ativos para distribuir o valor", destaca o economista em entrevista à Exame.com. Caballero investigou o problema em seu recente texto "Understanding the global turmoil: It´s the general equilibrium, stupid". Segundo ele, grande parte do que nos confunde hoje é a consequência de viver em um ambiente com tal escassez. Sem os ativos chamados "AAA", os investidores correm para os títulos do Tesouro americano, considerados livre de risco.

Um dos agravantes desse problema foi o alastramento dos falsos ativos seguros durante a crise subprime, fato que minou a confiança dos investidores nas agências de classificação de rating - as responsáveis por atribuir notas para os ativos. Assim, explica Caballero, faz-se quase obrigatória a participação do governo para garantir a qualidade dos ativos financeiros.

A criatividade financeira também foi afetada pela falta de credibilidade de certos produtos. "A reconstrução dessa indústria será devagar e esse é um sério obstáculo para a recuperação uma vez que uma fatia significante do crédito americano é produzido pela securitização", pontua o professor. O avanço da oferta de ativos seguros também deve ser segurado pelo aumento da regulação dos bancos, o que impede a inovação financeira.

Caballero não minimiza a importância de um aumento na supervisão da atividade bancária, mas critica a falta do foco no problema causador da crise. "Eles estão atacando distorções específicas que emergiram durante a crise, antes dos fatores macroeconômicos e estruturais que tornaram essas distorções tão danosas para o sistema", reforça.
 

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