Analistas calculam que as mudanças elevam a projeção do Ebitda em 4,6% neste ano (John Blake/EXAME.com)
Da Redação
Publicado em 31 de agosto de 2011 às 13h16.
São Paulo – O remanejamento de produção anunciado pelo frigorífico JBS (JBSS3) na noite de ontem é positivo, mas não deve alterar o cenário desafiador pelo qual a empresa enfrenta, avalia a Votorantim Corretora, em relatório. O JBS anunciou remanejamentos de unidades fabris que visam a economia de 200 milhões de reais, além de um aumento de produção de 5% no Brasil.
“Isso será alcançado com o remanejamento dos trabalhos de seis unidades, em razão de fatores como ineficiência fiscal, decorrente da legislação tributária de alguns Estados, a proximidade entre unidades e a busca por um portfólio de produtos mais eficiente, ampliando sua presença no mercado doméstico”, disse Jeremiah Alphonsus O´Callaghan, em comunicado publicado na noite de ontem.
“Enaltecemos os movimentos da JBS que visam se tornar mais eficiente em um momento de pressão de custos de maior alavancagem”, afirmam os analistas Luiz Cesta e Marco Richieri, da Votorantim. O cenário ruim para a empresa, contudo, não deve mudar significativamente, alertam. No ano, as ações da JBS (JBSS3) apresentam um recuo de 42%, enquanto o Ibovespa tem uma queda de 20%.
A Votorantim Corretora calcula que as mudanças elevam a projeção do Ebitda (Lucro antes de juro, impostos, depreciação e amortização) da JBS para 2011 em 4,6%, passando de 4,3 bilhões de reais para 4,5 bilhões de reais. A relação entre a dívida líquida e o Ebitda estimado para o final do ano recuaria de 3,5 vezes para 3,3 vezes.
“Apesar da possibilidade de uma leve melhora nos resultados operacionais e na alavancagem nos próximos trimestres, não acreditamos que essa iniciativa pode mudar completamente o cenário difícil que a JBS está atravessando”, explicam os analistas, que citam as pressões nas margens por conta dos altos custos do gado e dos grãos, além de um cenário econômico incerto nos EUA, de onde vem a maior parte das receitas da empresa.
Os analistas recomendam a manutenção dos papéis, com um preço-alvo de 7,90 reais para janeiro de 2012.