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Morgan Stanley prevê que seca de IPOs vai até fim do ano

Morgan Stanley prevê que a Bolsa brasileira só vai voltar a receber ofertas de ações a partir do ano que vem


	Operadores da Bovespa: período de seca de IPOs é o mais longo desde 1999, pelo menos, quando a CVM começou a monitorar essas operações
 (BLOOMBERG NEWS)

Operadores da Bovespa: período de seca de IPOs é o mais longo desde 1999, pelo menos, quando a CVM começou a monitorar essas operações (BLOOMBERG NEWS)

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Da Redação

Publicado em 25 de agosto de 2016 às 13h33.

O período de 14 meses sem ofertas públicas iniciais de ações no Brasil deve durar ao menos até o fim deste ano, de acordo com o Morgan Stanley, mesmo após o Ibovespa ter subido mais do que qualquer outro índice em 2016.

As únicas ofertas que devem sair neste ano são as de empresas que já são públicas, disse Eduardo Miras, corresponsável pelo banco de investimento do Morgan Stanley no Brasil, em entrevista nesta semana.

Ele estima que cinco dessas ofertas estão a caminho, todas restritas a investidores qualificados, as chamadas ofertas pela instrução 476 da CVM.

Essas vendas normalmente podem ser concluídas em duas semanas, enquanto aquelas que incluem compradores do varejo podem levar mais de dois meses, expondo a empresa a mais riscos de mercado, disse Miras.

“A volatilidade não acabou”, disse Miras. Embora o processo de impeachment contra a presidente suspensa do Brasil, Dilma Rousseff, esteja praticamente precificado, “ainda precisamos ver a aprovação de reformas necessárias para o ajuste fiscal para sustentar o mercado mais para frente. A eleição presidencial nos EUA também pode trazer incertezas”, disse ele.

Dilma enfrenta um julgamento de impeachment, que começa na quinta-feira e se estende até o fim do mês.

Desde junho de 2015, uma empresa brasileira não vem com um IPO ao mercado, segundo dados compilados pela Bloomberg.

A pior recessão em um século e a queda dos preços das commodities pesam sobre os resultados corporativos. A crise política piorou o humor do investidor, já abalado por dois anos seguidos de contração econômica.

O período de seca de IPOs é o mais longo desde 1999, pelo menos, quando a CVM, a reguladora do mercado, começou a monitorar essas operações.

A FPC Par Corretora de Seguros foi a última empresa a abrir capital no Brasil, em uma transação de R$ 602,8 milhões (US$ 187 milhões) liderada pelo Banco Bradesco BBI.

Queda no ranking

Este ano, as ofertas totais de ações no Brasil caíram 72 por cento para US$ 5,7 bilhões, segundo dados compilados pela Bloomberg.

Antes o segundo maior mercado emergente do mundo para IPOs depois da China, o Brasil não foi nem sequer um dos 15 maiores do ano passado, ficando atrás de Trinidad e Tobago e Vietnã.

Os negócios podem começar a caminhar quando as empresas buscarem melhores opções de financiamento em meio a um mercado difícil, disse Alessandro Zema, corresponsável pelo banco de investimento do Morgan Stanley no Brasil, na entrevista conjunta.

“Há muitas empresas olhando para o mercado de ações para reequilibrar sua estrutura de capital e reduzir a alavancagem, enquanto outras usarão os recursos para aumentar as oportunidades de crescimento”, disse Zema.

“O mercado para emissão de dívidas internacionais se reabriu para o Brasil em maio após uma seca de 11 meses e agora estamos vendo uma melhora também no mercado de ações”.

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