Nesta segunda-feira, 13, dólar alcançou R$ 4 (Gary Cameron/File Photo/Reuters)
Reuters
Publicado em 13 de maio de 2019 às 15h51.
Última atualização em 14 de maio de 2019 às 09h21.
São Paulo — O Morgan Stanley elevou as projeções para o dólar ante o real para os próximos trimestres e agora vê a moeda norte-americana em 4,10 reais ao fim de junho, na expectativa por mais ruídos em torno da agenda de reformas.
"O foco será a evolução da proposta de reforma da Previdência no Congresso até o fim do ano", disseram estrategistas em amplo relatório no qual discutem as perspectivas para o câmbio global na segunda metade do ano.
Para os profissionais, muito da "complacência" do mercado já está nos preços, o que deixa investidores menos tolerantes a surpresas negativas.
Mas os estrategistas também notam fatores que podem servir de contrapeso à depreciação do real.
"As posições vendidas em real já superam os picos vistos nas eleições (presidenciais de 2018), enquanto o prêmio de risco idiossincrático está além dos patamares alcançados durante a greve dos caminhoneiros (de maio do ano passado)", afirmaram.
Dessa forma, os profissionais veem como limitado o espaço para aumento adicional de posições contrárias ao real, enquanto aumentam chances de desmonte parcial das apostas negativas para a moeda do Brasil.
O Morgan Stanley projeta que a reforma da Previdência a ser aprovada pelo Congresso gerará economia de 600 bilhões de reais, metade da proposta de 1,2 trilhão de reais ao longo de dez anos.
"As expectativas dos investidores, pelo menos as capturadas por nossa mais recente pesquisa com clientes, parecem já estar ajustadas de acordo."
O dólar alcançou R$ 4 nesta segunda-feira. Na última pesquisa da Reuters para o câmbio, divulgada no começo do mês, analistas estimaram dólar a 3,70 reais em 12 meses, pela mediana das projeções.