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Moody's mantém avaliação sobre Brasil e outros emergentes

Ucrânia e Rússia são casos especiais, afirmou analista


	Agência de classificação de risco Moody´s: agência acredita ainda que diminuiu a probabilidade de as economias mais fortes da zona do euro tenham de resgatar outros países mais fracos
 (Mike Segar/Reuters)

Agência de classificação de risco Moody´s: agência acredita ainda que diminuiu a probabilidade de as economias mais fortes da zona do euro tenham de resgatar outros países mais fracos (Mike Segar/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 17 de março de 2014 às 14h32.

Londres - A Moody's não alterou a análise de fundamentos sobre países como Brasil, Turquia, África do Sul, Índia e Indonésia, apesar da volatilidade que vem assombrado esses mercados, disse o principal analista soberano da agência de classificação de risco, Bart Oosterveld.

Contudo, Oosterveld afirmou, em entrevista à Reuters, que a Ucrânia e a Rússia são casos especiais. No domingo, a população da Crimeia aprovou com ampla maioria a anexação da região do sul da Ucrânia à Rússia, em referendo classificado como ilegal por Kiev e pelo Ocidente.

A intensidade e a duração de quaisquer sanções ocidentais à Crimeia será importante fator para decidir a postura da agência sobre a Rússia, disse Oosterveld.

O Ocidente impôs sanções nesta segunda-feira, incluindo o congelamento de ativos e proibições de viagem de autoridades da Rússia e da Ucrânia. Mais medidas podem ser adotadas nos próximos dias caso a Rússia decida anexar formalmente a Crimeia.

Oosterveld afirmou que o rating "Baa1" e a perspectiva estável são motivados pela resiliência do balanço patrimonial do governo. "Sanções poderiam afetar a economia e o comércio russos se forem severas e duradouras o suficiente... mas também há países que seriam afetados no outro lado dessa equação", disse.

Ele referia-se a economias como a Alemanha, que compra boa parte de seu gás natural da Rússia. Países do leste europeu também poderiam sofrer se os benefícios econômicos das ligações com o país forem atingidos por sanções.

Segundo o analista, a Moody's acredita ainda que diminuiu a probabilidade de as economias mais fortes da zona do euro tenham de resgatar outros países mais fracos.


A Moody's tem sido a agência de classificação de risco mais pessimista sobre a zona do euro. Mas essa postura está mudando.

"A Moody's tem um quadro muito diferente da zona do euro em comparação com alguns anos trás", afirmou Oosterveld. "Para países centrais, como Alemanha e Países Baixos, chegamos à conclusão de que o risco de um novo resgate foi reduzido".

A estabilização do bloco também beneficiou os países mais pressionados por dívida. A Irlanda recuperou o status de "grau de investimento" em janeiro e o rating da Espanha foi elevado em um grau no mês passado. Ambos têm perspectiva positiva.

Mas a Moody's ainda atribui ratings mais baixos do que as duas outras grandes agências, Standard & Poor's e Fitch, para a maioria dos países da periferia da zona do euro. E com alto desemprego e fardos de dívida ainda grandes, Oosterveld disse que pode demorar anos para que os ratings na região voltarem aos níveis pré-crise.

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