O ouro atingiu cotação recorde após as medidas do Fed (Luis Roberto Nogueira/Arquivo)
Da Redação
Publicado em 5 de novembro de 2010 às 13h23.
Pequim - O anúncio da compra de títulos pelo Federal Reserve vai também levar a uma alta das ações globais e puxar os preços das commodities “mais e mais alto”, disse Mark Mobius, da Templeton Asset Management Ltd.
“Nós deveremos ter um cenário otimista por algum tempo”, disse Mobius, que administra cerca de US$ 34 bilhões, em uma entrevista por telefone de Pequim ontem. “Commodities são a grande área para nós. Acreditamos em preços mais altos das commodities e, portanto, investimos em empresas de commodities.”
O índice MSCI World ontem chegou ao nível mais alto em dois anos, o ouro subiu para valor recorde e o petróleo avançou para a cotação mais alta em sete meses após o Fed ter anunciado no dia 3 de novembro o plano de injetar mais US$ 600 bilhões por meio de compras de títulos até o mês de junho.
As ações da Ásia subiram hoje, levando o índice de referência da região para o maior ganho semanal do ano, com a especulação de que o BC americano vai ser bem sucedido no esforço para estimular o crescimento da maior economia do mundo.
A inundação de liquidez na economia global gerada pelo alívio quantitativo do Fed vai levar os recordes de altas também para as commodities, já a depreciação do dólar não poderá ser evitada, disse Mobius, de 74 anos, que também é presidente do conselho do grupo de mercados emergentes na Templeton.
A economia americana está crescendo, o que deve ter um efeito positivo na Europa e se espalhar para outros países, disse Mobius. O destaque nesse cenário são os mercados emergentes, onde a demanda continua crescendo, disse ele. O aumento dos salários nas nações em desenvolvimento é especialmente bom para as ações ligadas ao consumidor, disse ele.
Os comentários de Mobius se somam aos de Jim O’Neill, do Goldman Sachs Asset Management, ao dizer que as medidas do Fed para estimular a economia americana vão levar a ganhos adicionais para ações globais. O’Neill, criador do termo BRIC, disse esta semana que enquanto um novo “mercado otimista” em relação às ações globais provavelmente surgiu nos últimos 15 meses, os múltiplos atuais estão longe de sinalizar uma “bolha”.