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Minoritário do Bamerindus espera fazer acordo com FGC

Em 1997 houve intervenção no Bamerindus, que posteriormente teve parte dos ativos incorporados pelo HSBC

Sede do Banco Bamerindus: o FGC fez uma proposta para comprar as ações, desde que os beneficiários bloqueiem os processos judiciais (NaniGois/Veja)

Sede do Banco Bamerindus: o FGC fez uma proposta para comprar as ações, desde que os beneficiários bloqueiem os processos judiciais (NaniGois/Veja)

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Da Redação

Publicado em 23 de setembro de 2013 às 17h58.

São Paulo - Uma batalha travada por acionistas minoritários do antigo Banco Bamerindus, que se arrasta há quase 14 anos, pode estar prestes a se encerrar. No dia 22, uma assembleia em Curitiba, com participação de representantes da Associação dos Acionistas Minoritários do Bamerindus e do Fundo Garantidor de Crédito (FGC), mantido por bancos privados, deve selar um acordo, pelo qual os acionistas receberão ao menos parte dos valores das ações que tinham em 1997. Naquele ano, houve intervenção no Bamerindus, que posteriormente teve parte dos ativos incorporados pelo HSBC.

De acordo com o vice-presidente da associação, Jair Capristo, o FGC procurou-os e fez uma proposta para comprar as ações, desde que os beneficiários bloqueiem os processos judiciais. O FGC poderia, então, comprar e leiloar alguns ativos do banco, que estão bloqueados, e pagar acionistas e outros credores, entre eles o próprio fundo. Com isso, o FGC seria um intermediário para que o Banco Central encerrasse a liquidação extraordinária da instituição, permitindo ao comprador mais condições de negociar e recuperar créditos.

Segundo a Associação dos Acionistas Minoritários, somente em créditos tributários há R$ 10 bilhões. "A reunião dos acionistas será apenas para aceitar a proposta do fundo", afirmou Capristo. Ele disse que entrou em contato com vários associados que já concordaram com a proposta. O FGC deverá pagar R$ 7,74 por cada ação do Banco Bamerindus e R$ 5,52 por ação da Bamerindus Participações e Empreendimentos, holding controladora do grupo. O valor pela ação do banco é 40% inferior aos R$ 12,90 que inicialmente eram pedidos pela associação, sendo esse o preço das ações na época em que houve a intervenção.

"É um valor que satisfaz, talvez não seja uma questão de merecimento, mas tem que ser feito com o dinheiro que eles (FGC) dispõem", ponderou o presidente da associação, Euclides Nascimento Ribas. "Há uma sensação de alívio, de que cumpri a minha obrigação." Ribas acredita que, fechado o acordo, o dinheiro comece a ser depositado em abril. A associação estima que, com pouco mais de R$ 50 milhões, seja possível pagar os acionistas. Atualmente, 1,2 mil dos aproximadamente 53 mil acionistas minoritários fazem parte da associação. Para se habilitar ao acordo, outros interessados podem se associar até o dia 22.

Ribas, militar reformado da Aeronáutica, com 79 anos, disse que recebeu as ações como herança após a morte do pai, que era diretor do Banco Comercial do Paraná, comprado pelo Bamerindus. "Fiquei rico da noite para o dia", afirmou. Como presidente da Associação dos Acionistas Minoritários do Bamerindus, viajou 82 vezes para Brasília tentando resolver as pendências. "Quando (o Bamerindus) quebrou, eu quebrei também. Por isso lutei feito um cão", disse. "Mas não estou cansado, vou passear com minha família." Os diretores do Fundo Garantidor de Crédito retornam ao trabalho somente na próxima segunda-feira, dia 14.

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