Nova York/São Paulo - O setor de frigoríficos nunca foi tão bom para os credores da Minerva SA.

Os títulos da dívida em dólar da empresa com vencimento em 2019 acumulam rentabilidade de 41 por cento este ano até o dia 22, quase quatro vezes a média para papéis junk de empresas brasileiras, segundo dados compilados pela Bloomberg e pelo Credit Suisse Group AG. O ganho, o maior entre emissores brasileiros, levou o rendimento dos títulos a uma mínima histórica de 6,9 por cento. Nos mercados emergentes, o retorno médio de papéis de alto rendimento foi de 17,6 por cento no ano.

As exportações de carne de gado alimentado à base de pasto da Minerva dispararam no terceiro trimestre, à medida que os preços para a carne americana alimentada à base de ração subiram com a maior seca dos Estados Unidos desde 1956. O resultado para a Minerva foi lucro e receita recordes. Os títulos da empresa devem continuar avançando depois que ela anunciou na última semana a venda de R$ 400 milhões em ações para pagar obrigações de custos mais elevados e dívidas de mais curto prazo, segundo o Barclays Plc e a BCP Securities LLC.

“Gosto do papel, gosto da empresa, e ela tem boas perspectivas com essa significativa capitalização a caminho”, disse, em entrevista por telefone, Jansen Moura, analista de renda fixa da BCP no Rio de Janeiro, que recomenda os títulos para 2022 da Minerva. “Existem muitos pontos positivos para a companhia com sua gestão conhecida por ser conservadora.”

A assessoria de imprensa da Minerva não quis fazer comentários sobre o desempenho dos títulos ou sobre o plano de emissão de ações.