Minério: otimismo com estímulos na China diminui, prejudicando o preço da commodity (Beawiharta/Reuters)
Agência de notícias
Publicado em 27 de julho de 2023 às 19h03.
Última atualização em 27 de julho de 2023 às 19h39.
A recuperação do minério de ferro parece cada vez mais frágil, à medida que o mercado perde as esperanças de que a China implemente grandes medidas de estímulo, com forte ênfase em projetos de infraestrutura, como no passado.
A matéria-prima siderúrgica afundou até 3,6% nesta quinta-feira em Singapura, para US$ 109,15 a tonelada, reduzindo a alta desde o final de maio para 15%.
A reunião do comitê central do Partido Comunista Chinês (Politburo) desta semana prometeu mais suporte para o setor imobiliário e um alívio do endividamento dos governos locais, que tem inibido os gastos em infraestrutura este ano. Mas não houve sinalização de grandes estímulos fiscais ou monetários, e é difícil encontrar alguém que espere um retorno aos gastos maciços com os quais Pequim reavivou a economia após a crise financeira global de 2008.
A confiança do consumidor chinês foi dizimada pela dura luta contra a pandemia, e por projetos de moradia inacabados que indignaram mutuários que já haviam pago pelos imóveis. Agora, a reação inicial às últimas promessas do Politburo é “e daí?”, disse Atilla Widnell, diretor-gerente da Navigate Commodities.
“Qualquer forma de medidas de estímulo sofrerá um atraso significativo de dois a três trimestres até que afete o consumo real de aço e a demanda subjacente por minério de ferro”, disse ele. As autoridades também podem precisar forçar as construtoras a empregar os fundos para os propósitos pretendidos, em vez de usá-los para reequilibrar balanços altamente alavancados, acrescentou.
O Morgan Stanley disse no início deste mês que vê os preços do minério de ferro caindo para US$ 90 a tonelada no quarto trimestre, enquanto o Goldman Sachs divulgou um preço-alvo de três meses de US$ 80 em 13 de julho. Ambos os bancos reafirmaram suas previsões à Bloomberg após a reunião do Politburo.
Os embarques robustos de mineradoras também podem se tornar um vento contrário. A Rio Tinto, maior produtora mundial de minério de ferro, deixou sua estimativa de exportação para 2023 inalterada, mesmo após alertar que a recuperação estagnada da China pesa sobre a demanda.
A Vale, que divulga balanço nesta quinta, também não alterou sua estimativa para a produção do ano inteiro após um salto de produção no último trimestre, divulgado na semana passada.
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