Painel de cotações da B3: projeção do BofA é que Ibovespa suba até os 135.000 pontos em 2023 (Germano Lüders/Exame)
Repórter de Invest
Publicado em 18 de agosto de 2023 às 14h24.
A bolsa brasileira parece ter deixado de lado a tendência positiva do final do primeiro semestre e entrado em uma espiral de perdas. O Ibovespa, principal índice da B3, enfrenta sua maior sequência de quedas da história e tem performado abaixo de pares globais e da América Latina segundo o Bank of America (BofA). Em dólares, o índice brasileiro caiu perto de 10% no mês de agosto, contra 5% do principal índice mexicano, 4,7% do americano SPX e 6,8% frente ao indicador de bolsas emergentes. Ainda assim, os analistas do BofA defendem que o rali na bolsa brasileira ainda não terminou.
Pesquisa realizada pelo banco junto a gestores da América Latina mostrou uma expectativa em torno da Selic. Se a taxa básica de juros cair a 10% ao ano, isso pode acionar uma volta do investimento em ações. Atualmente a taxa está em 13,25% ao ano.
“O sentimento sobre o Ibovespa continua positivo, já que 88% [dos gestores] esperam um Ibovespa acima de 120.000 pontos em 2023”, informou o relatório do BofA.
Outro argumento é de que o índice está sendo negociado com cerca de 10% de desconto frente ao preço histórico quando analisado sem as ações de commodities. “O Ibovespa ex-commodities negocia com 12% de desconto contra outros mercados emergentes. Se retirarmos a China da conta, o desconto chega a 20%”, destacaram os analistas.
O preço está baixo e o apetite para comprar está aumentando. Os resgates nos fundos de ações seguem desacelerando, e o mesmo acontece com hedge funds, segundo cálculos do BofA.
Houve um tropeço nesse movimento, com a bolsa brasileira registrando o mês do ano com maior saída de estrangeiros da bolsa em agosto: foram R$ 5,84 bilhões retirados nos primeiros doze pregões do mês.
A projeção do BofA é de que o Ibovespa alcance a marca de 135.000 pontos até o final do ano.
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