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Mesmo com empresa em crise, CEO da Boeing ganhou 45% a mais ano passado: US$ 32 milhões

A Boeing enfrenta uma crise relacionada à segurança após o acidente em um avião 737 MAX em janeiro deste ano

Dave Calhoun: o executivo reconheceu aos investidores que a Boeing era a responsável pelo acidente (Christopher Goodney/Bloomberg)

Dave Calhoun: o executivo reconheceu aos investidores que a Boeing era a responsável pelo acidente (Christopher Goodney/Bloomberg)

Karla Mamona
Karla Mamona

Editora de Finanças

Publicado em 6 de abril de 2024 às 11h15.

Dave Calhoun, ceo da Boeing, recebeu uma remuneração total 45% maior no ano passado, mesmo com a crise causada por problemas de segurança da companhia. O executivo recebeu 32,8 milhões de dólares no ano passado, contra 22,6 milhões de dólares em 2022.

O aumento de 45% na remuneração pode ter sido maior, se Calhoun não tivesse recusado a aceitar seu bônus anual, no valor de 2,8 milhões de dólares. A recusa foi feita após um acidente em um avião 737 MAX em janeiro, que desprendeu a porta lateral em um voo da Alaska Airlines e foi o pontapé inicial de uma série de investigações federais e demissões de executivos da companhia.

No mês do acidente, o executivo reconheceu aos investidores que a Boeing era a responsável pelo acidente. No mês passado, Calhoun anunciou que se aposentaria no final deste ano e que a empresa havia iniciado a busca por um novo presidente.

Após sua aposentadoria, Calhoun deve receber um pacote de 45 milhões de dólar em ações e opções que se tornam disponíveis ao longo do tempo. Isso sem contar o salário e o bônus que ele possa ganhar este ano. Entretanto, é possível que o conselho da Boeing reduza drasticamente seu pagamento de 2024, e talvez seus prêmios de aposentadoria, devido a crise. Calhoun se tornou ceo da Boeing em janeiro de 2020.

Pior ação do S&P

Diante do cenário de crise, as ações da Boeing acumulam queda de quase 70% na bolsa americana este ano. A companhia tem o pior desempenho do S&P. Atualmente, o valor de mercado da companhia é estimado em 111,74 bilhões de reais. Com a desvalorização, a companhia também perdeu o posto de maior fabricante de aeronaves do mundo, ocupado, hoje, pela europeia Airbus, com US$ 137 bilhões em valor de mercado.

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