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Mesmo com bolsa em baixa, Previ quer IPO da Invepar

Apesar da queda da Bovespa, fundo de pensão não mudou os planos de abrir o capital de sua subsidiária especializada em infaestrutura

Complexo portuário e Industrial de Suape em Recife: Previ precisa de dinheiro para investir no local (Laílson Santos/VEJA)

Complexo portuário e Industrial de Suape em Recife: Previ precisa de dinheiro para investir no local (Laílson Santos/VEJA)

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Da Redação

Publicado em 7 de fevereiro de 2012 às 12h49.

São Paulo - A Previ, fundo de pensão dos funcionários do Banco do Brasil mantém o plano de abrir o capital da Invepar, braço de participações no setor de infraestrutura, até 2012, mesmo com o cenário adverso no mercado de ações, disse um diretor da entidade à Reuters.

O motivo é a necessidade de recursos para desenvolver projetos em concessões vencidas pela empresa, como a do Porto de Suape (Recife), o metrô do Rio de Janeiro e a rodovia Raposo Tavares, além de outras em que a Invepar quer concorrer, como a de aeroportos que serão cedidos à iniciativa privada.

"O 'pipeline' exige um aumento de capital até final do ano que vem", disse o diretor de investimentos do Previ, Renê Sanda. "A questão está praticamente decidida pelos sócios."

Segundo ele, o interesse de estrangeiros por investimentos em infraestrutura no Brasil deve compensar pelo menos em parte a baixa disposição do mercado por ações. Em 2011, nove empresas já suspenderam seus planos de captar recursos vendendo ações no Brasil devido à turbulência nos mercados.

No entanto, o fraco desempenho do mercado de renda variável, onde a Previ tem cerca de 64 por cento do patrimônio, deve inviabilizar o cumprimento da meta atuarial do fundo para 2011, de variação do INPC acrescida de 5 por cento. Até 3 de agosto, o Ibovespa, principal índice de ações do país, teve perda acumulada de 19 por cento no ano.

"Bater meta atuarial não será muito fácil dessa vez."

O plano do maior fundo de pensão da América Latina, com 154 bilhões de reais em patrimônio, é gradualmente reduzir sua exposição a renda variável, migrando parte dos recursos para títulos de renda fixa privados. "A rentabilidade dos títulos do governo logo não vão mais atingir a meta atuarial. Vamos ter que correr um pouco mais de risco."

Para Sanda, de todo modo, o impacto da queda da ações na carteira da Previ deve ser menor, já que o valor da posição majoritária do fundo em várias empresas tem uma oscilação menor do que a de bolsa. Além disso, muitas dessas posições estão em empresas consideradas pelo mercado como menos sensíveis às flutuações do mercado, como elétricas.

Neoenergia 

A Previ e o BB possuem 61 por cento da Neoenergia. O futuro dessa participação vem sendo discutida com a espanhola Iberdrola que, com 39 por cento do capital, quer virar controladora do negócio.

Isso porque a Previ também participa no capital da CPFL Energia, empresa que estaria tentando assumir a Elektro, adquirida pela Ibedrola no começo do ano. Agentes de mercado consideram que a Elektro poderia ser a moeda de troca da Iberdrola pelo aumento da participação na Neoenergia.

"Continuamos negociando para terminar esse conflito de interesse nessas participações", disse Sanda. "Todas as opções estão na mesa. Podemos virar minoritário (da Neoenergia), continuar no bloco de controle ou sair do negócio", adicionou.

Private equity

Enquanto reduz a exposição a ações, a Previ sinaliza que fará novas incursões em private equity. Atualmente, a entidade tem cerca de 450 milhões de reais empenhados em fundos ligados a infraestrutura, agronegócio e internacionalização de empresas nacionais, em parceria com o BB. A próxima ofensiva deve ser num fundo para investimento em portos, com a gestora de recursos BRZ Investimentos.

"Ainda há uma série de setores que gostaria de entrar, mas ainda não teve oportunidades, por falta de opções no mercado brasileiro, como tecnologia", completou Sanda.

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