EXAME.com (EXAME.com)
Da Redação
Publicado em 11 de setembro de 2012 às 06h12.
São Paulo – Os analistas parecem ter desistido de considerar valor para a probabilidade de a HRT (HRTP3) encontrar petróleo na Namíbia. A mudança de tom veio após uma empresa que também opera no país anunciar que não obteve sucesso em sua campanha de exploração em um campo a 145 quilômetros do principal projeto da brasileira. A HRT planeja perfurar 4 poços na região.
As ações da Chariot (CHAR) despencaram 65,81% na bolsa de Londres ontem após abandonar o poço Kabeljou, no prospecto de Nimrod na Namíbia. Testes mostraram que não havia petróleo comercialmente viável ou gás na área. Em teleconferência, a Chariot afirmou que o poço é pobre e sua seção de reservatório é mais fina do que o esperado. As ações da HRT terminaram a segunda-feira a 3,92 reais, queda de 12,50%.
A HRT se pronunciou em teleconferência para dizer que a ausência de bons reservatórios em blocos operados pela Chariot não reduz as chances da empresa. “O principal projeto da HRT na Namíbia está a 145 km do poço não-comercial da Chariot-Petrobras-BP”, disse Marcio Mello, presidente da companhia.
Merrill Lynch
O banco americano reduziu a recomendação às ações da empresa de compra para desempenho abaixo da média (underperform) e derrubou o preço-alvo de 19,50 reais para 3 reais. Segundo os analistas Frank McGann e Conrado Vegner, apesar de os resultados não indicarem necessariamente os resultados potenciais da HRT na Namíbia, o risco aumentou substancialmente.
A queda no preço-alvo está baseada na menor probabilidade de venda de uma parte dos blocos na área, o que era previsto pelo banco. Agora, com o risco maior, a expectativa é de que uma potencial parceria possa agora ser feita em termos menos favoráveis.
Credit Suisse
Para os analistas do banco suíço, Emerson Leite e André Sobreira, o sucesso de exploração neste poço é uma das últimas esperanças para as ações da HRT esse ano. Sendo assim, com o anúncio da Chariot, o banco rebaixou as ações da empresa para “neutral” e estipulou um novo preço-alvo para 3 reais por ação para o fim de 2012 – a previsão anterior era de 8,50 reais por ação, uma queda de 64%.
“Preferimos esperar a empresa provar sua tese geológica em Solimões e na Namíbia antes de assumir exposição às ações”, dizem no relatório.