Na máxima do dia, as ações da Hypermacas subiam 4,5% (Alexandre Battibugli/EXAME.com)
Da Redação
Publicado em 13 de agosto de 2012 às 13h30.
São Paulo - A Hypermarcas (HYPE3) ocupa a posição de maior alta da bolsa nesta sessão após a divulgação de seus resultados do segundo trimestre na sexta-feira. Na máxima do dia, os papéis chegaram a subir 4,35%, negociados a 14,37 reais. O mercado reage com otimismo ao anúncio de melhores margens e geração de caixa acima das expectativas, mesmo após a disparada das ações no ano.
A geração de caixa de 237 milhões de reais foi o destaque do trimestre, impulsionada pelo desempenho operacional – margem Ebitda de 23,5% - e melhoria no ciclo de caixa. Para o analista da corretora Fator, Iago Whately, após a euforia das aquisições (até 2010) e a tristeza da desalavancagem (2011), a Hypermarcas entrou em fase de crescimento sustentável.
“A empresa volta gradualmente a fazer o que foi responsável por seu sucesso inicial: lançamentos, renovações e extensões de linha de produtos, suportados por forte investimento em marketing”, explica Iago.
A Unidade de Negócio Farma foi bem sucedida, com crescimento de 20,9% em relação ao mesmo período de 2011. O bom resultado foi impulsionado pelo desempenho dos genéricos e também pelos fortes níveis de vendas obtidas nos medicamentos não controlados, consequência dos esforços de publicidade.
Segundo a empresa, 60% deste crescimento se deve ao preço, visto que aliado ao aumento da demanda (23% superior ao 2º trimestre de 2011), houve uma redução nos descontos para clientes.
Já a divisão de Consumo obteve um tímido crescimento de 0,8%, mesmo com forte aumento de preços em descartáveis. Iago Whately acredita que para os próximos trimestres, a divisão terá um desempenho melhor em função da retomada gradual de lançamento de produtos, renovação de marcas e ações de publicidade.
“Eu já sabia”
O resultado financeiro líquido aponta uma perda líquida de 29,9 milhões de reais (impacto de 1461 milhões de reais da variação cambial), um pouco melhor do que a estimativa da Itaú BBA de prejuízo de 34,3 milhões de reais. Ainda assim, a analista da corretora, Juliana Rozenbaum, acredita que os resultados modestamente melhores “não são suficientes para alterar a nossa opinião de que as ações são caras, com um cenário excessivamente otimista de expansão do faturamento e retornos melhores já precificados”, diz. No ano, os ativos da Hypermarcas dispararam 65%,
O banco americano JP Morgan reforça a opinião de que a alta das ações da empresa já havia sido antecipada pelo mercado – aposta confirmada agora pelos resultados apresentados.
Embora os resultados tenham sido bons, o banco vê um espaço limitado para maiores altas no preço das ações e mantém sua posição neutra. Nas estimativas do banco, as ações são negociados a 21 vezes o lucro por ação estimado para 2013. “Mesmo assumindo um risco de alta nas nossas estimativas, nós continuamos vendo um espaço limitado”, afirma o analista Felipe Oliveira.