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Mercado pune Petrobras após a capitalização

Papéis já amargam uma desvalorização de aproximadamente 9% na semana

Mercado tem revisado, para baixo, as projeções para a estatal (.)

Mercado tem revisado, para baixo, as projeções para a estatal (.)

DR

Da Redação

Publicado em 7 de outubro de 2010 às 15h04.

São Paulo - O mercado continua a punir as ações da Petrobras (PETR3); (PETR4) depois do encerramento do processo de capitalização que chegou a 120 bilhões de reais. Apenas nesta semana, a desvalorização das ações preferenciais já se aproxima dos 9%. Os papéis recuavam, às 14h50, perto de 3,4%, negociados a 24,99 reais. As ações ordinárias, por sua vez, caíam 4,6%, vendidas a 27,84.

O fraco desempenho tem sido ligado a uma avalanche de revisões, para baixo, das perspectivas para a estatal brasileira. Nos últimos dias, analistas dos bancos Itaú, Barclays e Morgan Stanley revelaram projeções mais amenas para a Petrobras. O mercado tem colocado no preço das ações o impacto da diluição dos acionistas após a oferta de ações, além do alto preço pago pelo barril de petróleo na cessão onerosa.

"Ela tem ativos super bons, mas ficou caro para ela explorar as concessões. Além disso, o plano de investimentos de 225 bilhões de dólares precisará aumentar e a empresa irá continuar com uma fluxo de caixa negativo por cinco anos. Nesse cenário, os retornos deveriam ser mais altos, não mais baixos", disse Will Landers, gestor para a América Latina da BlackRock, em entrevista recente ao Site Exame.

Barclays

O Barclays rebaixou, na quarta-feira (6), a classificação dos papéis representativos das ações preferenciais (PETR4) da Petrobras de alocação acima da média do mercado (overweight) para alocação dentro da média do mercado (equalweight). A mudança é acompanhada pela redução do preço-alvo dos papéis da estatal negociados em Nova York para os próximos doze meses de 39 dólares para 34 dólares.

Os papéis representativos das ações ordinárias da petrolífera (PETR3) também receberam novo preço alvo, rebaixado de 40 dólares para 35 dólares. Sua classificação de desempenho dentro da média do mercado foi mantida. De acordo com os analistas Paul Cheng, Cristina Cheng e Danielle Diamond, o recuo na avaliação da estatal reflete os efeitos da diluição dos acionistas após a capitalização

Itaú

A Itaú Corretora também reduziu, na terça-feira (5), a recomendação das ações preferenciais da Petrobras (PETR4) de outperform (desempenho acima da média do mercado) para market perform (desempenho em linha com a média do mercado). O anúncio veio seguido de um novo preço-alvo para as ações para o final de 2011, definido em 38,20 reais, o que representa uma redução de 29% em relação à sua estimativa anterior, mostra o
relatório.

A retomada da cobertura do papel pela analista Paula Kovarsky decidiu pela redução do preço por considerar, entre outros fatores, a diluição depois da capitalização, já incluindo o exercício do lote suplementar, e a aquisição dos barris da cessão onerosa dois dólares acima da estimativa de valor justo (o preço final ficou em 8,51 dólares). Ela notou a redução da "boa vontade do mercado em relação à Petrobras e do apetite dos investidores para pagar prêmios significativos" nos últimos dois anos.

Morgan Stanley

O banco Morgan Stanley derrubou, na terça-feira (5), o preço-alvo para os papéis da Petrobras, mas manteve a recomendação de alocação acima da média para a estatal, revela relatório assinado pelo analista Subhojit Daripa. O preço-alvo para os papéis representativos das ações ordinárias passou de 61 dólares para 45 dólares e, para os preferenciais, o valor foi estabelecido em 39 dólares.

O analista, contudo, traz uma visão diferente para a empresa. Para Daripa, o banco se diferencia do consenso do mercado porque não foca no pré-sal, mas também no valor existentes nas atuais reservas. "Achamos que o mercado subestima o potencial da base de reservas existente em relação à do pré-sal. Acreditamos que a reserva existente é muito mais importante do que a do pré-sal em termos de valor para a companhia", explica o documento.

UBS e Merrill Lynch

Ainda no mês passado, os, analistas do UBS e Merrill Lynch, tradicionais bancos de investimentos, mostraram ceticismo com a empresa. O UBS, que não participou da coordenação da oferta, recomendou a venda dos papéis da empresa. O preço-alvo para as ações ordinárias foi reduzido de 33 reais para 30 reais. Segundo a analistas do banco, Lilyanna Yang, o corte se deveu à oferta "altamente diluidora". "Nós atualizamos nosso modelo para refletir a cara aquisição dos 5 bilhões de barris da cessão onerosa", escreveu a analista.

Os analistas Frank McGann e Conrado Vegner, da Merrill Lynch, reduziram o preço-alvo das ações preferenciais da Petrobras de 52 reais para 49 reais. De acordo com a análise, a alteração reflete a queda das estimativas devido ao aumento de 47% no número de ações em circulação depois da capitalização. Apesar disso, o banco analisa que os efeitos da diluição já estão no preço. A recomendação é de compra.

 

 

 

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