Mercados

Mercado não deve reagir mal à saída de Ilan do BC, diz Alex Agostini

Atual presidente da autoridade monetária não permanecerá no cargo em 2019

Ilan Goldfajn: Presidente do BC não aceitará o convite de permanecer à frente da autoridade monetária por motivos pessoais (Adriano Machado/Reuters)

Ilan Goldfajn: Presidente do BC não aceitará o convite de permanecer à frente da autoridade monetária por motivos pessoais (Adriano Machado/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 15 de novembro de 2018 às 14h39.

O mercado financeiro não deve reagir de forma negativa à decisão do presidente do Banco Central (BC), Ilan Goldfajn, de deixar o cargo no governo de Jair Bolsonaro (PSL), estima o economista-chefe da Austin Rating, Alex Agostini.

Na sua avaliação, a política monetária nacional está sob controle, com as expectativas de inflação devidamente ancoradas, o que garante previsibilidade aos agentes econômicos.

Além disso, a tendência é que o próximo presidente do BC mantenha um perfil técnico, não político, conforme já sinalizou Paulo Guedes, futuro ministro da Economia.

"Por mais que o Ilan Goldfajn não tenha aceitado permanecer no cargo e isso, eventualmente, cause alguma reação negativa pontual, a essência é que está tudo sob controle na política monetária", avalia Agostini.

"E não preocupa quem será o próximo presidente devido às manifestações do governo eleito de que a gestão será técnica. É questão de tempo para conhecermos esse nome", complementa.

Segundo apurou o Estadão/Broadcast, Goldfajn não aceitará o convite de permanecer à frente da autoridade monetária por motivos pessoais. Os mais cotados pela equipe de transição do governo para substituí-los são o diretor de política econômica do BC, Carlos Viana de Carvalho, e o diretor do Santander, Roberto Campos Neto, para ocupar o cargo.

Agostini admite que causa alguma estranheza a saída de Goldfajn. Isso porque, nos bastidores, a leitura era de que a eventual autonomia do BC, defendida por Guedes e Bolsonaro, e que pode ser votada no Congresso, poderia abrir espaço para Goldfajn ficar no cargo.

"Nesse contexto, soa um pouco estranho ele não ter aceitado. Mas é difícil opinar sobre a mensagem que sua saída passa, pois não sabemos a real motivação para não ter aceitado o convite. Isso pode gerar um pouco de especulação", diz Agostini.

Ainda assim, o economista-chefe da Austin Rating minimiza a tendência de reações pessimistas duradouras no mercado financeiro. "Acredito que o próximo presidente do BC será técnico e a austeridade monetária será mantida. Isso é o mais importante", reitera.

Acompanhe tudo sobre:Banco CentralGoverno BolsonaroIlan GoldfajnJair BolsonaroMercado financeiro

Mais de Mercados

Casas Bahia reduz prejuízo e eleva margens, mas vendas seguem fracas; CEO está confiante na retomada

Tencent aumenta lucro em 47% no 3º trimestre com forte desempenho em jogos e publicidade

Ações da Americanas dobram de preço após lucro extraordinário com a reestruturação da dívida

Na casa do Mickey Mouse, streaming salva o dia e impulsiona ações da Disney