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Da Redação
Publicado em 5 de abril de 2013 às 11h29.
Tóquio - Os mercados japoneses viveram nesta sexta-feira um dia histórico, graças à mudança de política monetária do Banco do Japão, que pretende tirar o país da deflação, que já dura 15 anos.
O principal índice da Bolsa de Tóquio, o Nikkei 225, subiu 1,58% e fechou em seu nível mais alto desde 1º de setembro de 2008, antes da quebra do banco americano Lehman Brothers e da crise financeira internacional.
No início das negociações, a Bolsa chegou a subir cerca de 5%, mas as realizações dos lucros reduziram posteriormente o aumento.
Sinal da excitação dos agentes da bolsa, foram negociadas 6,45 bilhões de ações, algo sem precedentes desde a criação da Bolsa de Tóquio, em 1949. Nem mesmo no pior momento do pânico provocado pelo terremoto, tsunami e acidente nuclear de Fukushima de 11 de março de 2011 o volume foi tão alto.
Na quarta e quinta-feira, o Banco do Japão (BoJ) realizou sua primeira reunião de política monetária desde a chegada do novo governador, Haruhiko Kuroda, e surpreendeu o mercado ao anunciar uma mudança drástica de direção.
A entidade decidiu duplicar a base monetária (o dinheiro líquido e as reservas obrigatórias dos bancos) em dois anos, para ajudar a terceira potência econômica mundial a sair da deflação, a queda dos preços, um fenômeno pernicioso para a economia.
Para isso, vai comprar maciçamente dívida do Estado no mercado secundário, assim como títulos de maior risco alavancados ao setor imobiliários e fundos cotados na Bolsa.
As ações dos valores bancários e imobiliários se aproveitaram deste anúncio, que se traduzirá em financiamento fácil.
"As ações japonesas estão subavaliadas há tempos, razão pela qual estes aumentos são justificados", explicou à AFP Daisuke Uno, do banco Sumitomo Mitsui.
A perspectiva deste fluxo de liquidez no circuito significou uma nova depreciação do iene, que já havia caído nos últimos meses depois de alcançar níveis históricos no ano passado.