Diretores do BC: mercado vê sinais em aceleração de alta de juros ( Raphael Ribeiro/BCB/Flickr)
Repórter
Publicado em 19 de setembro de 2024 às 11h28.
Última atualização em 19 de setembro de 2024 às 11h28.
As apostas de que o Comitê de Política Monetária (Copom) irá acelerar o ritmo de alta dos juros na próxima reunião ganharam ainda mais força após o comunicado da decisão desta quarta-feira, 18, em que a taxa Selic foi elevada em 25 pontos- base (bps) para 10,75%.
No mercado de opções, investidores precificam nesta quinta-feira, 19, uma probabilidade de 66% de que o Copom eleve a taxa de juros em 50 pontos-base na decisão de novembro. Na véspera, a chance estimada era de 55%.
Um eventual aumento de 25 pontos-base é precificado com 22% de chance nesta quinta, enquanto o restante das apostas se divide entre a manutenção da taxa e uma alta de 75 pontos-base.
Em comunicado, o Copom destacou que o hiato do produto está em terreno positivo e que o ritmo dos ajustes futuros na taxa de juros, bem como a magnitude total do ciclo, serão guiados pelo firme compromisso de convergência da inflação à meta e dependerão da evolução da dinâmica inflacionária.
Para Mario Mesquita, economista-chefe do Itaú, o comunicado sinaliza que o próximo passo será uma alta de 50 pontos-base, "a menos que o cenário apresente uma melhora substancial".
A projeção do Itaú é de que o ciclo total de ajuste será de 150 pontos-base, com mais duas altas de 50 pontos-base e uma de 25 pontos-base. Embora ainda não haja consenso, a aposta de um ciclo de 150 pontos-base tem ganhado cada vez mais apoio no mercado. Além do Itaú, BTG, XP e Bank of America compartilham dessa visão.