O Ibovespa perdeu fôlego após a Petrobras passar a cair acompanhando o preço do petróleo (Germano Lüders/EXAME)
Da Redação
Publicado em 5 de junho de 2012 às 18h26.
São Paulo - O Ibovespa reverteu alta inicial e fechou em queda. A Petróleo Brasileiro SA foi uma das que mais influenciou para a baixa, dado recuo no preço do petróleo no exterior. As ações da Usinas Siderúrgicas de Minas Gerais SA também ajudaram a derrubar o indicador.
O dólar teve a maior queda em mais de uma semana após o Banco Central realizar leilão de swap cambial, chegando a ser cotado abaixo de R$ 2,02. Os juros futuros caíram nos contratos mais negociados com apostas que o efeito da crise externa sobre o Brasil abrirá espaço para mais cortes da taxa básica de juros.
Veja o fechamento dos principais indicadores de mercado:
Ibovespa: -1,75%, para 52.481,44 pontos
IBX 100 -1,27%, para 19.050,01 pontos
BM&FBovespa Small Cap -1,38%, para 1.225,36 pontos
DI Janeiro 2013: -3 pontos-base, para 7,91%
DI Janeiro 2014: -6 pontos-base, para 8,33%
Dólar: -1,75%, para R$ 2,0225
S&P 500: +0,57%, para 1.285,50 pontos
Nasdaq: +0,66%, para 2.778,11 pontos
Dow Jones: +0,22%, para 12.127,95 pontos
Internacional: Bolsas sobem com dado de serviços dos EUA.
As bolsas americanas fecharam em alta após o aumento inesperado do índice de atividade de serviços nos EUA reduzir receios que a maior economia do mundo estaria desacelerando. As bolsas europeias subiram com especulações que autoridades ao redor do mundo adotarão medidas de estímulo para conter a desaceleração econômica.
O euro caiu pela primeira vez em três dias contra o dólar após o ministro espanhol do orçamento, Cristóbal Montoro, dizer que o país enfrenta dificuldades em acessar o mercado de capitais.
Ministros de finanças e presidentes de bancos centrais do Grupo dos Sete participaram de teleconferência hoje e concordaram em coordenar uma resposta à crise da dívida soberana da zona do euro.
O índice ISM de serviços nos EUA subiu para 53,7 em maio, ante estimativa mediana de 53,4. O índice de atividade composto da zona do euro ficou em 46 em maio, menor nível desde junho de 2009, disse a Markit Economics hoje.
Bolsa: Ibovespa perde força com petróleo e Petrobras
O Ibovespa perdeu fôlego após a Petrobras passar a cair acompanhando o preço do petróleo. A Usiminas também influenciou na baixa, dada a retração nas cotações de outras commodities.
O principal indicador da bolsa acumula perda de mais de 20 por cento desde a máxima deste ano, em 13 de março. Ele é negociado a 9,1 vezes a estimativa de ganhos dos analistas para os próximos quatro trimestres, perto do nível mais baixo em cinco meses, segundo dados compilados pela Bloomberg.
“Os investidores estão em busca de pechinchas, já que depois das quedas que a gente tem visto algumas ações começam a ficar baratas”, disse Leandro Martins, analista da corretora Walpires SA, em entrevista por telefone de São Paulo. “Os mercados também parecem otimistas em relação ao que o G-7 pode decidir sobre a Europa.”
Juros: DI cai com desaceleração na Europa e após anúncio de swap
Os juros nos mercados futuros caíram nos contratos mais negociados com o receio que a desaceleração da economia europeia afete o Brasil e após o BC anunciar leilão de swap cambial, acentuando a baixa do dólar contra o real.
“O mercado imagina que a desaceleração externa pode afetar a economia brasileira, abrindo espaço para o corte dos juros”, disse Darwin Dib, economista-chefe da CM Capital Markets Asset Management, em entrevista por telefone de São Paulo.
O índice PMI de atividade do setor de serviços no Brasil caiu para 49,7 em maio, ante 54,4 em abril e 53,3 em maio do ano passado. Leituras abaixo de 50 indicam contração na atividade.
A utilização da capacidade instalada da indústria caiu de 81,5 em março para 81 em abril, disse hoje a Confederação Nacional da Indústria.
Câmbio: Dólar tem 1ª queda em seis dias após leilão de swap
O dólar teve a primeira baixa em seis dias, na maior perda diária em mais de uma semana, tendo atingido menos de R$ 2,02, após o BC anunciar leilão de contratos de swap cambial.
O BC colocou hoje 20.300 contratos de swap cambial de um total de 40.000 levados a leilão hoje, segundo comunicado da autoridade.
“O nível que realmente preocupa o BC para o dólar é o de R$ 2,10, mas ele não vai entrar só neste nível para não ficar muito óbvio”, disse Vladimir Caramaschi, estrategista-chefe do Crédit Agricole Brasil SA DTVM, em entrevista por telefone de São Paulo. “O mercado está especulando sobre qual nível de câmbio o BC considera ideal.”