Os investidores estão recuperando a confiança no mercado depois que os órgãos reguladores apertaram as regras para evitar que as instituições de crédito entrem em dificuldades (Alexandre Battibugli/EXAME.com)
Da Redação
Publicado em 22 de fevereiro de 2013 às 10h22.
São Paulo - Menos de um ano depois de as alegações de fraude no Banco do Cruzeiro do Sul SA levarem a oferta de crédito lastreada em ativos ao menor patamar em nove anos, o mercado de fundo de investimento em direito creditório começa a reverter o movimento.
A carteira de FIDC do Banco do Brasil SA para os primeiros três meses do ano está 67 por cento maior que em todo o ano de 2012. No ano passado, o total de operações, de dívidas corporativas a financiamentos de automóveis, recuou 67 por cento, para R$ 5,6 bilhões, o menor montante desde 2004, segundo dados da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais.
Emissões no mercado americano de papéis com garantia de ativos cresceram 61 por cento em 2012, para US$ 257 bilhões, de acordo com dados da Bloomberg.
Os investidores estão recuperando a confiança no mercado depois que os órgãos reguladores apertaram as regras para evitar que as instituições de crédito entrem em dificuldades após a liquidação do Cruzeiro do Sul em setembro, que está sendo investigado por práticas contábeis irregulares relacionados a seus recursos lastreados em ativos.
A retomada vai permitir que companhias reduzam os custos de captação de recursos usando ativos como garantia, segundo Aguinaldo Barbieri, gerente executivo de mercado de capitais do Banco do Brasil.
“2012 foi um ano marcado por reorganização, as empresas estavam entendendo as mudancas, os normativos da CVM, e o mercado andou um pouco gelado”, disse Barbieri em entrevista por telefone de São Paulo. “Este ano vai ser uma história um pouco diferente.”
*Matéria atualizada em 22/02/2013 às 10h22