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Mercado começa a precificar alta maior de juro pelo Fed em março

Rendimento dos títulos de 10 anos do Tesouro dos EUA dispara e atinge maior patamar em 12 meses

Fed: mercado começa a precificar alta de 0,25 já em março | Foto: Kevin Lamarque/Reuters (Kevin Lamarque/Reuters)

Fed: mercado começa a precificar alta de 0,25 já em março | Foto: Kevin Lamarque/Reuters (Kevin Lamarque/Reuters)

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Bloomberg

Publicado em 18 de janeiro de 2022 às 13h09.

O rendimento dos títulos do Tesouro dos EUA, conhecidos como Treasuries, avançam nesta terça-feira, 18, com a taxa do papel com prazo de 10 anos alcançando 1,85% na máxima do dia — seu maior patamar desde janeiro de 2020.

O rendimento subiu em meio a especulações de que o Federal Reserve (Fed, banco central americano) pode elevar a taxa básica de juros em mais de 0,25 ponto percentual já em sua próxima reunião, em março.

Isso ocorre depois que o CEO do JPMorgan, Jamie Dimon, e o investidor bilionário Bill Ackman alertaram que o banco central dos EUA pode precisar aumentar os custos de empréstimos mais do que os investidores esperam.

Os rendimentos dos títulos de prazo mais curto avançam mais rápido do que os dos papéis mais longos, achatando a curva de juros. A diferença entre os rendimentos dos papéis com vencimento em cinco e 30 anos encolheu para menos de 50 pontos-base pela primeira vez desde março de 2020, quando a pandemia de Covid estava começando.

“O grande tema nos mercados de renda fixa este ano, particularmente nos EUA, será a alta dos rendimentos e o achatamento das curvas diante dos aumentos da taxa básica de juros nos EUA”, disse Andrew Ticehurst, estrategista da Nomura Holdings. “A história sugere que dificilmente o rendimento dos títulos de 10 anos atinge o pico antes do primeiro aumento da taxa básica do ciclo.”

As oscilações no mercado de títulos do Tesouro americano se espalharam e elevaram os rendimentos das dívidas soberanas ao redor do mundo. Um índice que acompanha o dólar subiu pelo terceiro dia, dado que a alta dos rendimentos fortalece a demanda pela moeda de reserva mundial.

“Tudo isso mostra que os mercados de títulos estão se dando conta da realidade da inflação, com os bancos centrais agora tentando recuperar o atraso”, disse Stephen Miller, consultor de investimentos da GSFM, subsidiária da CI Financial do Canadá. “O mercado está atordoado e sente que foi complacente demais.”

Início de ano terrível

O mercado de renda fixa teve um início de ano difícil, reagindo a comentários do Fed que deixaram claro que o banco central americano tomará medidas agressivas para conter a inflação. A diretoria da instituição também discute a redução do balanço patrimonial e avisou que a variante ômicron não deve afetar esses planos.

O Bloomberg Dollar Spot Index subiu 0,2% e caminha para a maior sequência de ganhos desde novembro. Moedas da Austrália, Nova Zelândia, Suécia e outros países registraram perdas à medida que os investidores reduzem a alocação em moedas sensíveis a risco.

“Taxas mais altas nos EUA com a expectativa de uma postura mais agressiva do Fed e a expectativa de maior inflação dão suporte ao dólar”, disse Imre Speizer, estrategista do Westpac Banking em Auckland.

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