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Mercado acionário dos EUA está sobrevalorizado, alerta JPMorgan

A queda moderada das bolsas americanas nas últimas semanas não reflete o forte aumento nas taxas desde a última reunião do Federal Reserve

Bolsa americana: há alguns sinais de que investidores começam a prestar atenção aos alertas sobre o desempenho das ações (Kena Betancur/Getty Images)

Bolsa americana: há alguns sinais de que investidores começam a prestar atenção aos alertas sobre o desempenho das ações (Kena Betancur/Getty Images)

Bloomberg
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Agência de notícias

Publicado em 28 de fevereiro de 2023 às 11h57.

O mercado acionário nos EUA está sobrevalorizado e corre o risco de novas perdas, pois a divergência em relação aos títulos ainda não foi reduzida, dizem estrategistas do JPMorgan Chase.

A queda moderada das bolsas americanas nas últimas semanas não reflete o forte aumento nas taxas desde a última reunião do Federal Reserve, de acordo com a equipe liderada por Marko Kolanovic. Para o nível atual de taxas reais, dados históricos mostram que o índice S&P 500 está 2,5 vezes mais caro, escreveu.

“Os mercados de risco estão desalinhados com a política e o ciclo”, escreveu Kolanovic em nota na segunda-feira. Para ele, juros mais altos por mais tempo levam a efeitos como destruição da demanda, margens menores e baixas contábeis de ativos.

Enquanto os comentários de aperto monetário do Fed e dados que sinalizam inflação elevada levaram traders de renda fixa a precificar uma política monetária muito mais restritiva do que o esperado anteriormente, o mercado acionário teve uma reação mais silenciosa, ampliando a divergência entre as classes de ativos. O índice S&P 500 ainda mostra ganho de 4% no ano, mesmo após três semanas de perdas, enquanto os rendimentos dos Treasuries se aproximam da marca de 4%.

Kolanovic, que esteve entre os otimistas de Wall Street durante a maior parte da onda vendedora no ano passado, mudou de opinião. O estrategista reduziu sua alocação em ações em meados de dezembro, quando citou um cenário econômico fraco este ano. Ele alertou no início de fevereiro que o rali das bolsas após a última reunião do Fed era uma armadilha de mercado baixista. O S&P 500 já caiu 4,7% desde a máxima em 2 de fevereiro.

Agora, Kolanovic também observa a complacência do mercado em relação à geopolítica, um risco que ele vê novamente em alta no curto prazo, além de implicações para o mercado de energia, dado o potencial para uma nova ofensiva russa na guerra com a Ucrânia e o aumento das tensões com a China.

“O risco-retorno para ações permanece fraco em nossa opinião, reforçando nossa posição ‘underweight’ em renda variável”, escreveu Kolanovic.

Há alguns sinais de que investidores começam a prestar atenção aos alertas sobre o desempenho das ações. Os mais cautelosos retornam timidamente ao mercado acionário, de acordo com o estrategista do Citigroup, Chris Montagu.

Na semana passada, US$ 3 bilhões em novas apostas vendidas foram adicionadas a contratos futuros do S&P 500 e US$ 5,1 bilhões líquidos foram retirados de fundos de índices, escreveu. Ainda assim, o posicionamento líquido permanece positivo, sugerindo que mais posições devem ser revertidas ou que os investidores não estão convencidos sobre a recente tendência baixista, acrescentou.

 

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