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Menor apreensão com medidas leva dólar à mínima desde 2008

Moeda americana caiu 1,51% e fechou o cotada a R$ 1,629; segundo analistas, aumento do IOF feito pelo governo não "assustou" os investidores

Foi a menor cotação da moeda americana desde 27 de agosto de 2008

Foi a menor cotação da moeda americana desde 27 de agosto de 2008

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Da Redação

Publicado em 30 de março de 2011 às 17h17.

São Paulo - O dólar fechou no menor nível em mais de dois anos nesta quarta-feira, após a redução das incertezas envolvendo medidas governamentais no câmbio e em meio a ajustes no mercado futuro perto do fim do mês.

A moeda norte-americana caiu 1,51 por cento, a 1,629 real na venda. É a menor cotação de fechamento desde 27 de agosto de 2008, quando a divisa fechou a 1,622 real.

A queda percentual também foi a maior desde 10 de junho do ano passado, data em que o dólar recuou 2,06 por cento.

"Essa queda do dólar é em função dos investidores não quererem subir a cotação do pronto por causa da Ptax. Amanhã é a formação da última Ptax do mês, e o mercado vai continuar tentando derrubar a taxa para ganhar em cima disso", afirmou Mario Battistel, gerente de câmbio da Fair Corretora.

Os agentes costumam intensificar ajustes de posições no mercado de câmbio com a aproximação do final de cada mês, o que adiciona pressão de baixa ao dólar, segundo Battistel, uma vez que os players tentam derrubar a última Ptax do mês para obterem maiores ganhos.

A Ptax é a taxa média ponderada do dólar, que serve para a liquidação de contratos futuros e outros derivativos.

Os ajustes ocorrem principalmente no mercado futuro, em que investidores estrangeiros vêm aumentando as apostas na queda da moeda norte-americana.

De acordo com números da BM&FBovespa, os não-residentes sustentavam na véspera 15,892 bilhões de dólares em exposição vendida na divisa dos EUA, maior montante desde novembro. As apostas contra o dólar vêm crescendo nos últimos dias, em meio à menor apreensão com relação às ações do governo para coibir a alta do real.

"O real está operando com a visão de que as autoridades não têm mais qualquer ferramenta que seja eficiente o bastante para sustentá-lo", disse Flavia Cattan-Naslauski, estrategista de câmbio do RBS, em Nova York. "Imagino que a visão seja de que eles (governo) não vão elaborar nada nesse momento para enfraquecer a moeda (real)", completou.

Menor incerteza com medidas

O mercado manteve-se na defensiva desde o início de março, quando fontes afirmaram que o governo estava estudando tomar mais medidas para tentar conter a queda do dólar.

Após semanas de expectativa, as autoridades decretaram na terça-feira o aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) cobrado em operações de empréstimo externo com prazo até 360 dias para 6 por cento, com a meta de encarecer uma das principais fontes de entrada de dólares no país nos últimos meses .

"A medida veio e não assustou", disse o operador de câmbio de um banco dealer, que pediu anonimato. "Pelo contrário, o mercado entendeu que pode derrubar ainda mais o dólar, e está fazendo isso hoje", acrescentou.

Em meio à derrocada da moeda norte-americana nesta sessão, o Banco Central atuou mais firmemente no mercado e comprou dólares duas vezes no segmento à vista e uma no futuro, nesta modalidade via swap cambial reverso.

A demanda por swap, contudo, se mostrou bem modesta. Foram vendidos apenas 5.850 contratos, diante de uma oferta de 30 mil papéis. O volume financeiro total foi de 289 milhões de dólares.

"Se o mercado fosse com sede comprar os contratos de swap, a demanda mexeria na cotação (do dólar) no futuro, o que poderia fazer o dólar à vista subir. Isso vai de encontro ao movimento da maior parte do mercado de derrubar (a moeda norte-americana) para lucrar com uma Ptax menor", explicou Battistel, da Fair Corretora.

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