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Medo de nova onda de covid na China já mexe com mercado de ações. Há motivo para preocupação?

Rali no setor farmacêutico foi impulsionado por temores que circulam nas redes sociais sobre o risco de novas infecções da doença

China: preocupações com uma possível segunda onda de covid-19 no país fizeram ações de farmacêuticas chinesas saltarem  (AFP/AFP Photo)

China: preocupações com uma possível segunda onda de covid-19 no país fizeram ações de farmacêuticas chinesas saltarem (AFP/AFP Photo)

Publicado em 24 de abril de 2023 às 15h05.

Última atualização em 24 de abril de 2023 às 15h12.

As crescentes preocupações de que a China possa estar à beira de uma nova onda de covid levou as ações do setor farmacêutico do país a darem um salto nesta segunda-feira.

A Xinxiang Tuoxin Pharmaceutical subiu até 20% em Shenzhen, enquanto a Hybio Pharmaceutical teve alta de 15%. Os ganhos contrastaram com a queda das bolsas asiáticas. O índice CSI 300 caiu 1,6%.

O rali do setor foi impulsionado por temores que circulam nas redes sociais sobre o risco de novas infecções.

Embora o Centro de Controle e Prevenção de Doenças da China tenha dito que a taxa de testes positivos mantenha uma tendência de queda, atingindo 1,7% em 20 de abril, ante um pico de 29% em dezembro, o órgão também mencionou uma nova subvariante chamada XBB.1.16.

A palavra “covid” foi a certa altura a mais pesquisada em buscas no Weibo no fim de semana, e o assunto “segunda onda de covid” recebeu mais de 95 milhões de visualizações nesta segunda-feira.

Os números oficiais, no entanto, ainda não apontam para um aumento nas infecções. Dados de 22 de abril mostraram que a contagem diária de infecções e o número de visitas a postos de saúde permanecem estáveis.

Mas Zhang Wenhong, uma das principais autoridades de covid na China, disse em uma cúpula na semana passada que grupos vulneráveis devem receber uma vacina de reforço e os cidadãos devem estocar remédios em preparação para a chegada de novas variantes.

Ações de outras empresas farmacêuticas que produzem medicamentos usados durante a primeira onda também subiram.

A Shijiazhuang Yiling Pharmaceutical avançou 5,5%, enquanto a China Resources Sanjiu Medical & Pharmaceutical teve alta de 8,7%.

Mas, há motivo para preocupação?

A discussão sobre a reinfecção por covid-19 tomou conta das redes sociais chinesas após inúmeras publicações de usuários que tiveram resultado positivo para o coronavírus nos últimos dias. Porém, epidemiologistas afastaram as preocupações de uma segunda onda e disseram que a maioria das pessoas infectadas com covid-19 agora são aquelas que não contraíram o vírus antes.

Alguns internautas chegaram a postar fotos de seus testes positivos para covid-19 nas mídias sociais chinesas, alegando que foram "reinfectados" com o vírus. Uma internauta de Nanjing publicou no aplicativo Xiaohongshu, semelhante ao Instagram, que cinco pessoas de sua família testaram positivo para covid-19 nos últimos dias, quase quatro meses depois de terem testado positivo pela primeira vez em dezembro do ano passado.

Uma empresa em Pequim começou na semana passada uma pesquisa interna para saber se seus funcionários haviam sido infectados com a covid-19 recentemente e pediu aos que contraíram o vírus que ficassem em casa. Da mesma forma, uma escola primária na província de Guangdong, no sul da China, está seguindo uma prática semelhante para professores e alunos.

O Centro Chinês de Controle e Prevenção de Doenças, que monitora os números de infecção por covid-19 e novas variantes, afirmou no domingo que os departamentos de saúde relataram 2.661 casos positivos de covid-19 em todo o país na quinta-feira.

Epidemiologistas chineses acreditam que aqueles que são infectados duas vezes são "casos raros". A maioria das infecções por covid-19 na China no estágio atual são pessoas que se esquivaram durante a primeira onda massiva de infecção no final do ano passado.

O CDC da China afirmou ter detectado 12 novas variantes no país. A instituição encontrou 42 casos de XBB.1.16, que tem sido a variante dominante na Índia desde março, mas garantiu ao público que há um número muito pequeno de portadores XBB.1.16, que ainda não formaram uma tendência de transmissão.

(Com informações da Bloomberg)

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