Banco do Brasil é classificado como a nova top pick do setor pelos analistas da corretora (Wikimedia Commons)
Da Redação
Publicado em 18 de março de 2011 às 15h13.
São Paulo – O atual cenário de alta inflação e a possibilidade de novas medidas macroprudenciais por parte do Banco Central levou os analistas Regina Longo Sanchez, Thiago Bovolenta Batista e Alexandre Spada, do Itaú BBA, a revisarem as projeções de preço-alvo e recomendações das grandes instituições financeiras que compõem o setor bancário nacional.
O banco afirma que o aperto na política monetária por meio do aumento da taxa básica de juro (Selic), somado ao avanço do compulsório e as medidas macroprudenciais, elevaram os spreads bancários e as margens financeiras. A aceleração da inflação combinada com os altos spreads e com o desaquecimento da economia criaram um cenário de risco para os grandes bancos.
Por conta disso, a equipe de pesquisa do Itaú BBA revisou as perspectivas de lucro líquido das instituições financeiras em 2011. A nova projeção é de que o Bradesco e o Banco do Brasil terão um aumento de 1,6% nos ganhos de 2011. Na contramão, o Santander deverá ter queda no lucro de 7,9%, especialmente após a apresentação dos resultados do quarto trimestre de 2010 ter demonstrado que a companhia perdeu market share nos empréstimos concedidos aos clientes.
Avaliação
“Nós acreditamos que, em relação ao desempenho do Ibovespa, principal benchmark brasileiro, o mercado já precificou nas ações do setor bancário não apenas os riscos deste novo cenário, mas também os impactos negativos de possíveis medidas macroprudenciais que poderão ser tomadas pelo BC”, afirmam os analistas do Itaú BBA.
Eles consideram que a influência positiva no curto prazo da alta taxa de juros e spreads no lucro dos bancos deve servir de impulso para “alguma recuperação” das ações, principalmente após serem divulgados os resultados do primeiro trimestre de 2011.
Bradesco
Apesar de prever que o Bradesco terá um lucro maior neste ano, o Itaú BBA levou em consideração os riscos do atual cenário e reduziu o preço-alvo para as ações preferenciais de classe A (BBDC4), diminuindo de 47,50 reais para 44,80 reais, o que representa um potencial de valorização de 47%. A recomendação ficou mantida em outperform (performance acima da média do mercado).
Banco do Brasil
O mesmo aconteceu com o banco público, cujo preço-alvo para os papéis ordinários (BBAS3) foi rebaixado de 44,20 reais para 42,60 reais. O potencial de valorização é de 52%. Já a recomendação permanece em outperform.
O Banco do Brasil se tornou a nova top pick do setor na opinião dos analistas do Itaú BBA. Segundo eles, o acordo firmado entre a entidade pública e a Previ para monetizar o excedente do fundo de pensão, além do recente anúncio do BC sobre o início da adoção do Índice de Basiléia III, foram peças positivas para sinalizar que o Banco do Brasil necessitará de uma menor capitalização no futuro.
Santander
No caso do banco espanhol (SANB11), o preço-alvo estipulado para o final de 2011 caiu de 26,50 reais para 24,40 reais, o que representa um potencial de valorização de 27%, especialmente por conta da queda nos empréstimos no último trimestre. A recomendação é underperform (performance abaixo da média do mercado).