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Da Redação
Publicado em 4 de maio de 2011 às 18h23.
São Paulo - A bolsa brasileira recuou ao menor patamar desde julho nesta quarta-feira, abalada pela decepção com dados econômicos norte-americanos e ainda afetada pela cautela dos estrangeiros com as ações no Brasil.
O Ibovespa teve baixa de 1,09 por cento, a 63.615 pontos. É o nível mais baixo de fechamento desde 19 de julho. O giro financeiro do pregão era de 6,76 bilhões de reais.
Nos Estados Unidos, o índice Standard & Poor's 500 caiu 0,69 por cento, e o Dow Jones 0,66 por cento, após dados fracos sobre o mercado de trabalho e o setor de serviços dos Estados Unidos.
A bolsa brasileira até esboçou uma alta, após dois dias seguidos de queda superior a 1 por cento. Entretanto, na última hora de pregão, prevaleceu o mau humor dos estrangeiros.
"64.000 (pontos) era um ponto importante, o mercado estava dando suporte", disse Rafael Espinoso, estrategista de renda variável da CM Capital Markets, que vê 63.540 e 62.300 como os próximos pisos a serem testados. "Está saindo dinheiro de verdade." Além da saída de 3,136 bilhões de reais de capital estrangeiro da bolsa em 2011 até dia 2 de maio, Espinoso citou a posição vendida de 77.421 contratos que os investidores não-residentes mantinham no mercado futuro de Ibovespa. Apesar de parte desse montante ser um hedge contra possíveis quedas da bolsa, outra parte também é uma aposta na baixa das ações.
Analistas apontam a incerteza sobre a inflação e sobre a intensidade da alta de juros como um dos motivos para a fraqueza da bolsa. O setor imobiliário, um dos mais sensíveis à política monetária, foi um dos que mais caiu nesta sessão, com baixa de 2,36 por cento do índice setorial na Bovespa.
MRV teve baixa de 4,84 por cento, a 12,98 reais, PDG caiu 4,21 por cento, a 8,65 reais, e Rossi recuou 3,76 por cento, a 13,55 reais.
O setor de siderurgia também ficou em baixa. Um relatório do Goldman Sachs colocou as produtoras de aço em perspectiva "neutra", preferindo a exposição a empresas de celulose por causa da dinâmica na demanda global.
"O cenário de oferta-demanda está muito mais apertado para a celulose e para o minério de ferro do que para o aço", escreveram os analistas Marcelo Aguiar, Pedro Grimaldi e Diogo Miura.
Ainda no setor, a CSN subiu 0,70 por cento, a 23,06 reais, após divulgar lucro de 616 milhões de reais no primeiro trimestre, alta de 38 por cento sobre 2010.