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Marfrig dá o troco no mercado e sobe na bolsa após rasteira do fundo GWI

Sem a especulação do fundo de hedge, papéis avançam 6,5% com o resultado do 2º trimestre

Apenas no dia 8 de agosto, as ações do grupo derreteram 24,8% na bolsa (DIVULGACAO)

Apenas no dia 8 de agosto, as ações do grupo derreteram 24,8% na bolsa (DIVULGACAO)

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Da Redação

Publicado em 15 de agosto de 2011 às 17h40.

São Paulo – As ações do frigorífico Marfrig (MRFG3) voltaram a acompanhar o mercado após o final da especulação com os papéis da empresa por fundos de hedge da gestora GWI. Os papéis subiram 7,5% hoje, para 9,31 reais. Foi a segunda maior valorização do Ibovespa – principal índice de ações da bolsa brasileira – nesta segunda-feira (15). Na sexta-feira, a empresa já tinha recuperado 2,85% em valor na bolsa.

Os fundos da GWI sucumbiram mais uma vez à crise financeira (a primeira vez foi em 2008) e voltaram a mostrar um frágil controle de risco. A gestora comprou papéis da Marfrig a termo, ou seja, com recursos emprestados de corretoras com o depósito de margem de 17% do valor investido. Desta forma, com a queda dos preços das ações, a empresa precisou disponibilizar mais recursos. Como não o fez, as ações foram liquidadas.

Em entrevista à Bloomberg realizada hoje, o diretor-presidente da Marfrig, Marcos Molina, disse que a queda recente das ações da empresa não teve a ver com os fundamentos e teria sido causada principalmente pela GWI, que foi forçada a reduzir sua participação na companhia após o movimento de venda nos mercados globais. Apenas no dia 8 de agosto as ações derreteram 24,8%. Entre 29 de julho e 11 de agosto, a queda chegou a 44,7%.

A GWI não aguentou a pressão e, com isso, a administradora dos fundos, a BNY Mellon Serviços Financeiros, anunciou na sexta-feira que 9 fundos da gestora foram fechados para aplicações e resgates. O BNY disse para EXAME.com que verifica a alavancagem um dia após a operação e que, em caso de desenquadramento, notifica formalmente o gestor. “No caso de persistência do desenquadramento, o administrador tem a prerrogativa de reduzir as posições compulsoriamente”.

Resultados

O frigorífico encerrou o segundo trimestre de 2011 com prejuízo liquido de 91 milhões de reais - comparado a um lucro líquido de 103,8 milhões de reais no mesmo trimestre de 2010. No primeiro trimestre desse ano, a empresa também havia registrado lucro, de 23,5 milhões de reais. A Marfrig classificou o cenário global como “desafiador” em seu balanço, em decorrência dos altos preços de insumos (principalmente grãos e gado) e da apreciação de 2,1% do real médio em comparação ao dólar médio no período.

“Apesar de os resultados terem ficado abaixo do esperado, esperamos que o cenário atual já tenha sido precificado, dado as grandes quedas das últimas semanas”, explicaram as analistas do Itaú BBA, Juliana Rozenbaum e Francine Martins, em relatório. A recomendação e o preço-alvo foram colocados em revisão.

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