Mercados

“Maré vai mudar” para as ações das siderúrgicas, projeta o HSBC

Analista diz que o mercado já precificou integralmente as dificuldades do setor e prevê cenário melhor em 2011

HSBC tem recomendação de overweight (desempenho acima da média de mercado) para as ações da CSN, com preço-alvo (dez/11) de 36,50 reais (Getty Images/Getty Images)

HSBC tem recomendação de overweight (desempenho acima da média de mercado) para as ações da CSN, com preço-alvo (dez/11) de 36,50 reais (Getty Images/Getty Images)

DR

Da Redação

Publicado em 16 de dezembro de 2010 às 09h43.

São Paulo – “A maré vai mudar”. Com este título, o HSBC publicou seu primeiro relatório de análise do setor de siderurgia, no qual inicia a cobertura de quatro empresas: CSN, Usiminas, Gerdau e Metalúrgica Gerdau.

“Acreditamos que os altos estoques e importações de aço, que fizeram as ações ficar significativamente atrás do mercado no acumulado do ano, devem começar a diminuir em 2011, em função do aumento nos preços internacionais, reduções já anunciadas nos preços do Brasil e novas regulamentações para importações”, diz Jonathan Brandt, que assina o relatório.

Ele prevê ainda que os resultados do quarto trimestre serão fracos para todas as empresas siderúrgicas, devido à sazonalidade e um ambiente de preços mais difícil no Brasil. “Entretanto, acreditamos que isso já está precificado nas ações”.

CSN (CSNA3)

A CSN é o nome preferido no setor de siderurgia na avaliação de Brandt devido à sua exposição ao minério de ferro. “Gostamos da CSN, considerando sua maior lucratividade, bons projetos de crescimento, exposição ao minério de ferro e avaliações relativamente benignas. Nosso trabalho de avaliação indica potencial de alta de 34% para as ações”, afirma.

Além disso, o analista avalia de maneira otimista os projetos de minério de ferro da Casa de Pedra e Namisa. “Acreditamos nos projetos de expansão de minério de ferro da Casa de Pedra e Namisa, que vão apresentar um aumento na produção de 27-28 milhões de toneladas por ano em 2010 para 89 milhões de toneladas nos próximos anos. Não acreditamos que isso está precificado de forma adequada nas ações”, avisa o analista.

O analista tem recomendação de overweight (alocação acima da média de mercado) para as ações ordinárias da companhia, com preço-alvo (dez/11) de 36,50 reais.

Usiminas (USIM3) (USIM5)

Para o HSBC, o curto prazo pode ser um caminho arriscado para os investidores da Usiminas, já que não é esperado aumento de preço até a metade de 2011. No entanto, o banco tem recomendação de overweight para as ações, com preço-alvo (dez/11) de 25 reais para as ações preferenciais classe A, implicando potencial de alta de 33%.

“Reconhecemos que esta é uma posição destoante do consenso, porém acreditamos que a capacidade de laminação e as medidas de redução de custos realizadas pela administração são a estratégia correta e irão adicionar valor no médio prazo. Acreditamos que a Usiminas tem bons projetos e encontramos valor em seus ativos de minério de ferro. Além disso, a empresa resolveu várias condições desfavoráveis, como acesso ao porto, as quais acreditamos que impediam o mercado de atribuir a seus ativos de minério de ferro uma avaliação apropriada”, justifica Jonathan Brandt.

Gerdau (GGBR4)

A Gerdau está bem posicionada para tirar proveito dos gastos com infraestrutura no Brasil, segundo a avaliação do HSBC. Porém, depois de um resultado decepcionante no terceiro trimestre nas operações do Brasil devido a pressões de matérias-primas, as preocupações se concentram no ambiente dos preços de aços longos no território nacional. “Além disso, acreditamos que sua exposição aos EUA continuará a afetar negativamente seus resultados, considerando a demanda desacelerada naquele país”, diz o relatório.

O HSBC acredita que os atuais preços do aço no Brasil estão a um prêmio insustentável, apesar da sólida demanda doméstica, considerando que as importações começaram a aumentar. “Em nossa opinião, a Gerdau pode enfrentar pressão de preços em 2011”. O banco tem classificação de neutral (desempenho em linha com a média de mercado) para as ações preferenciais da companhia, com preço-alvo (dez/11) de 23,50 reais.

Gerdau Metalúrgica (GOAU4)

No que se refere ao braço de metalurgia da Gerdau, a aposta é num ambiente onde a produção de aço bruto continuará crescendo e pode atingir novos picos em 2011, por meio de uma forte demanda. “Considerando os diversos projetos de siderurgia anunciados no Brasil, estimamos que possa haver mais 27,1 milhões de toneladas de capacidade a serem acrescentadas através desses projetos. A demanda por aços planos e longos mostrou uma recuperação após a crise de 2008/2009, e continuou forte no Brasil. As vendas domésticas de produtos planos e longos estão agora próximas dos níveis anteriores à crise, ao passo que o consumo aparente subiu a níveis acima disso”, avalia Jonathan Brandt.”

No relatório, o analista lembra que a Metalúrgica Gerdau tem uma participação econômica de 45% na Gerdau, e também de 28,5% na Aços Villares. Desta forma, o preço da ação da Metalúrgica Gerdau acompanha de perto as oscilações da própria Gerdau. Para as ações da Metalúrgica Gerdau, o HSBC tem classificação de neutral (desempenho em linha com a média de mercado), com preço-alvo (dez/11) de 28,50 reais.

Acompanhe tudo sobre:AçõesAnálises fundamentalistasBancosFinançasMercado financeiro

Mais de Mercados

Casas Bahia reduz prejuízo e eleva margens, mas vendas seguem fracas; CEO está confiante na retomada

Tencent aumenta lucro em 47% no 3º trimestre com forte desempenho em jogos e publicidade

Ações da Americanas dobram de preço após lucro extraordinário com a reestruturação da dívida

Na casa do Mickey Mouse, streaming salva o dia e impulsiona ações da Disney