Eike Batista na abertuda de capital da OGX: mesmo sem o efeito negativo da petroleira o total seria negativo em 12,6% (Fernando Cavalcanti/EXAME.com)
Da Redação
Publicado em 30 de agosto de 2013 às 20h01.
Campos do Jordão - A rentabilidade das ofertas públicas iniciais de ações (IPO, na sigla em inglês)realizadas no Brasil desde 2005, corrigida pelo CDI, foi negativa em 15 por cento, segundo levantamento divulgado pela Credit Suisse Hedging Griffo nesta sexta-feira.
A análise considera a rentabilidade que um investidor teria obtido até a data atual se tivesse mantido os papéis comprados na oferta inicial. Entre os setores com desempenho positivo estão telecomunicações, concessões e imóveis, enquanto consumo, empresas financeiras, petróleo e indústria puxaram o desempenho para baixo.
Desconsiderando o efeito negativo da OGX, o total ainda seria negativo em 12,6 por cento, afirmou Luis Stuhlberger, diretor da Credit Suisse Hedging-Griffo, gestora de ativos com patrimônio superior a 45 bilhões de reais, que participa do 6o Congresso Internacional de Mercados Financeiro e de Capitais, em Campos do Jordão (SP).
"Quase nenhum setor compensou o risco de equity", disse, acrescentando que quanto mais dependente de resultados futuros a empresa, pior o desempenho. Dos 117 IPOs avaliados pela Hedging-Griffo, 37 geraram resultados positivos para o investidor, com rentabilidade superior ao CDI, enquanto os 80 restantes ficaram abaixo.
Outro levantamento apontou que desde 2008, as companhias com melhor retorno acumulado são aquelas que Stuhlberger chamou de "empresas de qualidade" --com retorno sobre capital empregado acima do custo de capital --enquanto empresas estatais, pré-operacionais ou oligopólios tiveram os piores retornos.
No grupo considerado de qualidade pelo diretor existem cerca de 50 empresas, dentre as quais CPFL, Duratex, Itaú Unibanco, Klabin, Localiza, Lojas Renner, Odontoprev, Porto Seguro, Totvs, Ultrapar, Aliansce, AES Tietê, Cyrela e AmBev, citou.
Câmbio
Questionado sobre a situação do câmbio, o executivo afirmou que a cotação de 2,35 ou 2,40 reais é justa. "O que me surpreende não é o câmbio na cotação atual, mas o fato de o câmbio ter ficado em 1,80 real por tanto tempo", disse. Segundo ele, o mercado se acostumou com o real valorizado e passou a acreditar que era um patamar sustentável. "Foi como fazer um piquenique à beira de um vulcão", afirmou.