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Magazine Luiza (MGLU3) reverte prejuízo, mas ações são penalizadas no Ibovespa. Por quê?

Analistas apontam que a Magalu relatou um faturamento fraco em meio ao cenário mais difícil para o e-commerce

Magazine Luiza (MGLU3): varejista reporta o primeiro lucro em anos no 4T23, mas ações lideram quedas da bolsa de valores (Leandro Fonseca/Exame)

Magazine Luiza (MGLU3): varejista reporta o primeiro lucro em anos no 4T23, mas ações lideram quedas da bolsa de valores (Leandro Fonseca/Exame)

Janize Colaço
Janize Colaço

Repórter de Invest

Publicado em 19 de março de 2024 às 16h19.

Última atualização em 19 de março de 2024 às 17h00.

A Magazine Luiza (MGLU3) contabilizou o seu primeiro lucro depois de quase dois anos, de acordo com o balanço do quarto trimestre divulgado na última segunda-feira, 18. Mas ao contrário do que o movimento faria supor, as ações da varejista hoje estão no campo negativo do Ibovespa — inclusive, liderando as quedas do pregão, com baixa de 6,19% às 16h15.

Na avaliação de Bruno Corano, economista da Corano Capital, o setor de varejo, não só no Brasil, tem trabalhado com margens apertadas. “O que faz com que o limiar entre um resultado positivo ou negativo seja muito estreito”, diz. Ele ainda explica que a inflação vem comprometendo os resultados da Magazine Luiza e custando muito caro à gestão das dívidas e alavancagem da empresa, mas também tem sido por meio da inflação que a empresa conseguiu reconstituir suas margens. “Já que essa movimentação, essa volatilidade de preço com o aumento dos custos, permitiu que, na venda de um mesmo produto, as margens fossem ampliadas.”

Enquanto isso, o BTG Pactual (do mesmo grupo controlador da EXAME) destaca que mesmo com a retomada do lucro, a Magalu relatou um faturamento fraco em meio ao cenário mais difícil para o e-commerce. Segundo dados da Neotrust, houve queda de 10% no e-commerce no Brasil apenas no quarto trimestre. O indicador SSS (Same Store Sales) cresceu menos que nos três meses anteriores, enquanto o GVM (Gross Merchandise Volume) do e-commerce caiu 1,5%.

Magazine Luiza (MGLU3) eleva rentabilidade no 4T23

Os analistas do banco destacam que, dentre os pontos positivos do balanço da Magazine Luiza, houve uma tendência de melhoria da rentabilidade e as despesas financeiras diminuíram significativamente. Mas os analistas frisam que as vendas das lojas físicas continuam apresentando dificuldades. Ainda assim, o BTG mantém a recomendação de compra para os papéis MGLU3, com preço-alvo a R$ 6.

Outro a recomendar a compra é o BB Investimentos, mas com um valor mais modesto, de R$ 3,68. Mesmo reconhecendo que as ações da varejistas têm andado de lado desde o início do ano, os analistas enxergam boas perspectivas. “Além de se beneficiar da melhoria das condições macroeconômicas para venda de bens discricionários, a companhia vem investindo na evolução de sua plataforma, sem perder de vista a rentabilidade e a geração de caixa.”

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