Magalu e AliExpress unem forças em suas plataformas (Germano Lüders/Exame)
Redatora
Publicado em 14 de outubro de 2024 às 20h02.
Última atualização em 14 de outubro de 2024 às 20h03.
As varejistas Magazine Luiza e AliExpress passaram a disponibilizar desde o domingo, 13, produtos de forma cruzada em suas plataformas digitais. O acordo, anunciado em junho, alinha a estratégia do Magalu de expandir sua atuação no mercado de cross-border e elevar as vendas de produtos internacionais, área que teve crescimento lento no segundo trimestre.
A AliExpress, por sua vez, adiciona novas categorias ao seu portfólio, como eletrodomésticos e livros, itens que não eram comercializados anteriormente pela plataforma chinesa.
A parceria marca um movimento inédito para ambas as empresas: é a primeira vez que o Magazine Luiza vende em um marketplace de terceiros, enquanto o AliExpress também estreia como vendedor em outra plataforma.
Para promover o lançamento, o Magalu está realizando uma campanha com destaque no programa Caldeirão do Huck, oferecendo 200 produtos da AliExpress com descontos de até 80% e cupons de R$ 20, totalizando R$ 1 milhão em promoções, para incentivar a compra internacional.
MagAli: acordo de Magalu e AliExpress une 60 milhões de clientes e faz ação subir 12%A parceria foi anunciada após a aprovação pelo Congresso Nacional da nova taxação de 20% sobre compras de até US$ 50, válida para plataformas que participam do programa Remessa Conforme. A medida, que entrou em vigor em agosto, eliminou a isenção para produtos abaixo desse valor.
Para compras acima de US$ 50, a alíquota permanece em 60%. Segundo Frederico Trajano, CEO do Magazine Luiza, essa mudança trouxe maior isonomia entre empresas nacionais e internacionais, facilitando o avanço do acordo.
Os produtos da linha Choice, curadoria premium da AliExpress com foco em custo-benefício e entrega rápida, serão parte da oferta no Magalu. A parceria mira aumentar a frequência de compra, apostando em artigos de tíquete médio menor, como eletrônicos e utilidades domésticas. A intenção é atrair clientes que buscam compras recorrentes e itens que facilitam o dia a dia.
Em contrapartida, o Magalu levará ao AliExpress produtos de maior valor agregado, como eletrodomésticos e smartphones, aproveitando a estrutura logística própria para itens maiores. O diretor de Marketplace do Magalu, Raul Jacob, afirmou ao jornal O Globo, que a ideia é explorar canais complementares e criar novas oportunidades de venda.
Jacob, que ingressou no Magalu em julho após passagem por Shein e Shopee, reforça que o modelo beneficia ambas as empresas. Além disso, está em estudo uma futura integração logística que permitirá a retirada de produtos vendidos pela AliExpress diretamente em lojas físicas do Magalu.
A operação conjunta já se prepara para datas importantes do varejo, como Black Friday, Natal e o Dia do Solteiro (11/11), que vem ganhando relevância no Brasil. Inicialmente, cada empresa seguirá responsável pela entrega de seus produtos, mas há planos de integrar a logística no futuro.
No segundo trimestre, o Magalu registrou lucro de R$ 23,6 milhões, revertendo o prejuízo de R$ 301,7 milhões no mesmo período de 2023. As vendas totais cresceram 4,5%, para R$ 15,38 bilhões, com alta de 14,2% nas lojas físicas e 1% no e-commerce. A expectativa é que a parceria com a AliExpress ajude a fortalecer a presença digital da varejista brasileira nos próximos meses.