Thales Emanuelle Maioline é comparado a Bernard Madoff (Stephen Chernin/Getty Images)
Da Redação
Publicado em 14 de dezembro de 2010 às 09h01.
Belo Horizonte - O suspeito de ser o responsável por uma das maiores fraudes financeiras registradas em Minas Gerais começou a ser ouvido ontem pela Polícia Civil.
O empresário Thales Emanuelle Maioline proprietário da Firv Consultoria e Administração de Recursos Financeiros, é acusado de dar golpe em aproximadamente 2 mil pessoas, em valores que, segundo as investigações, podem chegar a R$ 86 milhões. Sua atuação é comparada à do norte-americano Bernard Madoff, responsável por um esquema fraudulento de investimentos.
Maioline nega que tenha dado golpe nos investidores e alega que o problema foi prejuízo com aplicações. Ontem, o empresário foi ouvido durante toda a tarde, mas, segundo o advogado Marco Antônio de Andrade, o depoimento nem chegou à parte da captação de investidores. “Ele basicamente explicou como surgiu a empresa, como aprendeu a investir e como ocorreu a quebra da empresa”, contou.
Além disso, de acordo com o também advogado Moisés Araújo de Assis, o empresário confirmou que gerenciava investimentos de “em torno de 2 mil pessoas”, mas negou os valores alegados pelas vítimas e apurados pela polícia. “Ele disse que o capital que entrou na empresa gira em torno de R$ 20 milhões a R$ 25 milhões”, afirmou Andrade.
O advogado afirmou também que Maioline tinha registro na Comissão de Valores Mobiliários (CVM) mas “não teve tempo” de registrar a empresa.
Hoje, o empresário voltará a ser ouvido e a previsão da polícia é de que o depoimento só seja concluído amanhã. “São muitos detalhes que ele terá de explicar”, observou o delegado Islande Batista, do Departamento Estadual de Operações Especiais da Polícia Civil mineira.
Maioline estava desaparecido desde o fim de julho, quando deixou São Paulo em direção à Bolívia, onde permaneceu escondido até a semana passada, quando voltou a Belo Horizonte. Ele teve a prisão decretada no início de agosto, mas apenas no domingo se apresentou à polícia. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.