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Lucro do Morgan Stanley salta com volatilidade provocada por tarifas de Trump

Resultado do 1º trimestre veio acima do esperado, com impulso de operações em ações e renda fixa em meio às tensões comerciais

Morgan Stanley: banco teve  lucro de US$ 4,3 bilhões no primeiro trimestre de 2025 (Jeremy Moeller/GC Images/Getty Images)

Morgan Stanley: banco teve lucro de US$ 4,3 bilhões no primeiro trimestre de 2025 (Jeremy Moeller/GC Images/Getty Images)

Carolina Ingizza
Carolina Ingizza

Redatora na Exame

Publicado em 11 de abril de 2025 às 10h07.

Última atualização em 11 de abril de 2025 às 10h10.

Enquanto alguns choram, outros vendem lenços. O banco americano Morgan Stanley divulgou nesta sexta-feira, 11, um lucro de US$ 4,3 bilhões no primeiro trimestre de 2025, ou US$ 2,60 por ação, superando as estimativas de Wall Street.

O resultado representa um avanço em relação ao mesmo período do ano anterior, quando o banco registrou lucro de US$ 3,4 bilhões (US$ 2,02 por ação). A receita total cresceu para US$ 17,7 bilhões, ante US$ 15,1 bilhões um ano antes.

O desempenho foi impulsionado pela maior atividade dos clientes diante da alta volatilidade nos mercados globais, desencadeada pelo tarifaço do presidente americano Donald Trump e pelo lançamento do modelo de inteligência artificial DeepSeek, da China.

Esses fatores provocaram uma venda generalizada e levaram os investidores a revisarem suas carteiras, especialmente as ações de tecnologia e indústria, o que beneficiou diretamente as áreas de trading do banco.

Força no investment banking

A receita líquida com ações atingiu um nível recorde, com destaque para a performance na corretagem para clientes institucionais e em derivativos, com crescimento em diversas regiões, sobretudo na Ásia.

A receita com renda fixa também aumentou, impulsionada por movimentos de hedge e reposicionamento de carteiras diante do temor de estagflação alimentado pelas tarifas comerciais.

A área de Institutional Securities, responsável pelo banco de investimento e pelas operações de mercado, reportou receita de US$ 9 bilhões, ante US$ 7 bilhões no ano anterior.

Já a área de gestão de fortunas, pilar estratégico do Morgan Stanley, gerou US$ 7,3 bilhões em receita, acima dos US$ 6,9 bilhões registrados no primeiro trimestre de 2024.

A escalada das tensões comerciais no segundo mandato de Trump abalou a confiança dos mercados e atrasou transações de fusões e aquisições a atividade de M&A nos EUA caiu 13% no trimestre, segundo a Dealogic. Ainda assim, o Morgan Stanley conseguiu crescer 8% na receita com investment banking e ocupou a quarta posição global em taxas de assessoria no período, de acordo com a Reuters.

O banco participou de operações de destaque, como a recompra da Walgreens pela Sycamore Partners, avaliada em US$ 24 bilhões, e foi o coordenador líder do IPO da CoreWeave, empresa de nuvem voltada para IA, que levantou US$ 1,5 bilhão.

As ações do Morgan Stanley subiam 1,9% no pré-mercado após a divulgação dos resultados.

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