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Lucro da Huawei registra queda expressiva e filha do fundador assume a presidência

Meng Wanzhou, a filha do fundador assumirá por seis meses a presidência rotativa da empresa

Meng Wanzhou vai assumir a presidência da Huawei (AFP/AFP)

Meng Wanzhou vai assumir a presidência da Huawei (AFP/AFP)

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Agência de notícias

Publicado em 31 de março de 2023 às 09h29.

O lucro do grupo de tecnologia chinês Huawei registrou queda expressiva de quase 69% no ano passado, anunciou a empresa, que atribuiu em parte os resultados às sanções do governo dos Estados Unidos e à incerteza econômica global.

Pouco depois do anúncio da queda nos lucros, a Huawei informou que Meng Wanzhou, a filha do fundador da empresa, assumirá por seis meses a presidência rotativa da empresa a partir de sábado.

A empresa registrou 35,6 bilhões de yuanes (5,2 bilhões de dólares, 26,6 bilhões de reais) de lucro líquido em 2022, uma queda de 68,7% na comparação com o lucro recorde de 113,7 bilhões de yuanes no ano fiscal anterior.

"Em 2022, o cenário externo desafiador e fatores alheios ao mercado afetaram as operações da Huawei", disse o presidente rotativo da empresa, Eric Xu, em entrevista coletiva.

"No meio da tempestade, seguimos avançando a toda velocidade, fazendo tudo que está ao nosso alcance para manter a continuidade dos negócios e atender nossos clientes", acrescentou.

"Também fizemos grandes esforços para aumentar a colheita, gerando um fluxo estável de receita para garantir nossa sobrevivência e estabelecer as bases para o desenvolvimento futuro”, disse.

Antes do anúncio de sua nomeação, Meng Wanzhou, que era diretora financeira da empresa, classificou os resultados como um "momento ruim na história da Huawei".

"As restrições são nosso novo normal", afirmou. "Mas em momentos de pressão, perseveramos com confiança", acrescentou.

Meng foi detida em Vancouver em dezembro de 2018, a pedido de Washington, por acusações de "fraude bancária", um caso que aumentou a tensão entre China, Estados Unidos e Canadá.

Bloqueio nos principais mercados

A Huawei tenta diversificar suas fontes de receita desde que as sanções impostas pelos Estados Unidos afetaram os negócios da empresa nas áreas de equipamentos de telecomunicações e smartphones.

O sistema 5G do grupo foi bloqueado em mercados importantes, como Estados Unidos, Reino Unido e Japão, devido aos temores de segurança.

A Huawei nega as acusações de que o uso de suas redes implique um risco de espionagem por parte da China. Mas a empresa, que já foi a maior fabricante de smartphones do mundo, registrou uma queda expressiva nas vendas depois que Washington vetou o acesso a componentes cruciais e proibiu que o grupo utilize o sistema operacional Android, do Google.

Desde então, a Huawei prioriza os serviços na nuvem, que consistem em uma rede de servidores remotos conectados à internet para armazenar, administrar e processar dados, servidores, bases de dados, redes e software.

Também apostou em ampliar sua oferta de dispositivos com, por exemplo, smartwatches e reforço a presença no setor automobilístico como fornecedor de peças.

A empresa não apresentou detalhes sobre o lucro líquido nem informações separadas sobre o rendimento de suas diferentes divisões.

A Huawei não tem cotação na Bolsa, o que significa que sua contabilidade não passa pelas mesmas auditorias que as das empresas presentes no mercado de ações.

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